Banca de DEFESA: NADIJA SANTOS MONTE
18/02/2020 13:17
Ao considerar os estudos que permeiam o campo da argumentação e as necessidades observadas nas práticas sociointerativas diárias, confirma-se que os argumentos e os contra-argumentos ganham grande relevância em diferentes campos sociais, por isso podem ser associados aos conteúdos de língua portuguesa. Observa-se a partir das práticas escolares realizadas em uma escola estadual de Neópolis-SE que os estudantes apresentam dificuldades ao tentar perceber a organização do processo argumentativo, assim este trabalho visa a buscar meios para colaborar com o planejamento de atividades que favoreçam a identificação da contra-argumentação na leitura de gêneros jornalísticos por estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental (EF). Para tanto, visando à organização de um Módulo Didático, esta pesquisa investiga a articulação da contra-argumentação, proporcionada pela leitura orientada de exemplares de gêneros variados, em circulação em veículos de comunicação, procurando estabelecer quais são as etapas necessárias para a identificação dos recursos linguístico-discursivos implicados nesse processo por parte dos discentes. Para o alcance desse propósito, a pesquisa selecionou situações sociointerativas que envolvam os estudantes em um contexto propício para a percepção do papel de cada interlocutor implicado em diálogos estabelecidos em material escrito a partir de uma questão argumentativa. Como esta pesquisa assume a perspectiva dialogal de Plantin, com base no estudo de variados textos, o Módulo Didático inclui situações de leitura de exemplares de gêneros jornalísticos para que os estudantes identifiquem as relações entre a argumentação e a contra-argumentação, os operadores argumentativos característicos de cada movimento argumentativo e a alternância dos papeis actanciais por cada ator social. Os resultados alcançados indicam que os estudantes do 8º ano do EF, em práticas específicas, desenhadas para a leitura de textos jornalísticos, percebem como os papéis de atuação impactam as possibilidades de articulação da contra-argumentação, reconhecem a importância dos operadores argumentativos nesse movimento interacional, embora nem sempre consigam notar as diferenças semânticas existentes entre esses operadores, o que sugere a necessidade de continuidade do trabalho em outras etapas formativas com diferentes gêneros discursivos. Por sabermos que a Base Nacional Comum Curricular, na competência 6 de língua portuguesa, propõe ações destinadas ao ensino da argumentação, o Módulo Didático desenvolvido nesta pesquisa torna-se um alternativa que pode ser replicada e adaptada por outros professores, além de contribuir com a formação de sujeitos críticos e participantes ativos em variadas situações comunicativas dentro e fora da escola.
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