Banca de DEFESA: NATHANIELLY DE LIMA SILVA
28/01/2020 13:50
A síndrome mielodisplásica (SMD) compreende um grupo de neoplasias hematológicas heterogêneas que apresenta displasias em uma ou mais linhagens celulares, citopenias periféricas e paradoxalmente medula óssea hipercelular ou normocelular. Aproximadamente um terço dos casos de SMD evoluem para leucemia mieloide aguda (LMA). Apresenta prevalência no sexo e incidência de cerca de cinco para cada 100.000 habitantes/ano, crescendo exponencialmente com o avanço da idade. Em diversos tipos de câncer, a idade é um dos fatores determinantes no risco de seu desenvolvimento, como ocorre na SMD. A análise de perfis proteômicos e identificação de proteínas diferentemente expressas podem ser caracterizados como fatores de risco para diversas neoplasias, porém até o desenvolvimento do presente estudo raras pesquisas foram realizadas com SMD e nenhuma delas relacionado com fatores de risco. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi associar o envelhecimento e a síndrome mielodisplásica identificando o perfil das proteínas plasmáticas. Foram selecionados 30 indivíduos adultos de ambos os sexos, estratificados em três grupos: grupo jovens, grupo idosos e grupo SMD. Para compor o “grupo idosos”, foram selecionados 10 indivíduos com idade superior a 60 anos; 10 indivíduos com idade entre 20 e 30 anos para o “grupo jovens” e 10 pacientes com diagnóstico de SMD para compor o “grupo SMD”. Atendendo aos dispositivos legais o presente trabalho possui aprovação do CEP/UFS e todos os indivíduos que concordaram em participar da pesquisa receberam as devidas informações sobre o projeto e assinaram o TCLE. A partir das amostras de plasmas dos indivíduos participantes deste estudo foram formados pools dos respectivos grupos e estes pools foram submetidos às análises proteômicas por meio das técnicas de SDS-PAGE e HPLC-LIF. Amostras de sangue total foram utilizadas para realização dos hemogramas. Entre os pacientes diagnosticados com SMD um apresentou pancitopenia, quatro apresentaram bicitopenia e cinco apresentaram citopenia em apenas uma linhagem celular. Nas imagens dos géis obtidos por meio da análise por SDS-PAGE foi possível observar que os perfis de proteínas plasmáticas dos três grupos em estudo são semelhantes. Entretanto, devido a maior sensibilidade da técnica de HPLC-LIF, demonstraram-se diferenças entre os perfis proteômicos dos três grupos, foi observada uma maior intensidade de fluorescência em proteínas no grupo SMD em comparação com os grupos idosos e jovens, porém alguns picos presentes entre ~25 e 25,5 min, ~20,5 e 21 min e ~27,5 e 28,5 min. expressaram maior intensidade de fluorescência tanto no grupo SMD quanto no grupo idosos, como podendo representar uma relação entre este grupo de risco e o desenvolvimento desta neoplasia hematológica. Também foi possível identificar em alguns tempos de retenção, como em ~12 min e entre ~22,5 e 25 min, picos presentes apenas no cromatograma correspondente ao grupo SMD, quando comparado aos cromatogramas dos grupos idosos e jovens. Portanto, considerando as modificações nas expressões de proteínas a nível plasmático é pouco provável que uma única proteína atue como um biomarcador diagnóstico de SMD, mas pode existir relação com prognóstico da SMD, e ainda semelhanças identificadas entre os perfis proteômicos dos grupos SMD e Idosos podem representar biomarcadores associados ao risco de desenvolvimento de SMD.
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