Banca de DEFESA: JEFERSON DA SILVA SANTOS
28/01/2020 11:47
A leishmaniose faz parte do grupo de doenças tropicais negligenciadas, causada por um parasita intracelular do gênero Leishmania. Apresenta quadro clínico que varia de lesões cutâneas a infecções viscerais fatais, gerando impactos globais na saúde dos seres humanos, animais domésticos e vida selvagem. As opções atuais de tratamento para leishmaniose continuam insatisfatórias e limitadas devido ao surgimento de resistência, toxicidade e alto custo do tratamento. Portanto, é essencial a busca por alternativas ao tratamento tais como: desenvolver novos sistemas de liberação para os fármacos, dessa forma, os carreadores lipídicos nanoestruturados (CLNs) foi proposto no presente estudo como uma estratégia nanotecnológica promissora para contornar essas limitações possibilitando assim a veiculação de compostos ativos como óleo essencial (OE) e seu principal constituinte monoterpenico, estes por sua vez, descritos com atividade leishmanicida. Os CLNs foram obtidos pelo método de microemulsão a quente e caracterizados através da avaliação do tamanho médio de partícula, índice de polidispersão, potencial zeta, DSC, DRX e microscopia eletrônica de transmissão (MET). A citotoxicidade em fibroblastos foi determinada pelo método colorimétrico utilizando Methyl-thiazolyl-tetrazolium – MTT. Foi avaliada a atividade leishmanicida das formas promastigotas de L. amazonensis. Através da avaliação da influência dos compostos na matriz lipídica foi possível sugerir que além de substâncias biologicamente ativas, tais compostos atuam como estruturante dos CLNs, pois foi observado nas análises de DSC, DRX que as matrizes lipídicas se tornaram menos estruturadas ao adicionar esses lipídeos líquidos. O formato esférico e tamanho nanométrico foi observado por MET, confirmando os valores obtidos por análise de espalhamento de luz dinâmico, sendo que os CLNs contendo OE apresentaram menor diâmetro médio (97,91 nm). A adição de polímero aos CLNs influenciou no tamanho médio de partícula (141,9 e 103,6 nm para os CLNs contendo monoterpeno e OE respectivamente) e gerou um potencial zeta positivo (+45,8 e +59,0 mV), revestimento confirmando através de MET. Os CLNs proporcionaram uma viabilidade celular superior a 70% no ensaio de citotoxicidade em fiblobroblastos. A modificação da carga de superfície dos CLNs na viabilidade in vitro das formas promastigotas de L. amazonensis demonstrou uma redução significava (p<0,001) quando comparado aos CLNs sem revestimento. Sendo assim é possível concluir que os CLNs revestidos com polímero foram sistemas eficientes, sendo sugerido como protótipo para a administração de compostos ativos pouco solúveis em água no tratamento da leishmaniose.
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