Banca de DEFESA: FERNANDA CAVALCANTI MATOS BEZERRA
04/12/2019 07:37
Essa dissertação versa sobre a análise da participação das cristãs-novas no comércio da cidade do Funchal, na década de 1590. Para abordar este tema foi preciso retomar o cenário de perseguições religiosas na Ilha da Madeira e analisar a composição da economia açucareira, entre outras atividades, desenvolvidas nos séculos XV e XVI, que contaram com o envolvimento dos sefarditas. Nesta sociedade, os bens mais valiosos eram os vinhos, mas o modelo assentado no binômio cultivo/comércio do açúcar e seus derivados, também possibilitou que a ilha mantivesse uma posição relevante no início da era Moderna. Tal riqueza propiciou, especialmente para os mercadores cristãos-novos, posições na hierarquia social islenha. Os principais aportes teóricos que fundamentam este estudo são: Charles R. Boxer, Stuart B. Schwartz, John Russel-Wood, Louis Dubin, Fernanda Olival, Alberto Vieira e Amândio J. M. Barros. Para a análise das informações coletadas, foi utilizado o levantamento de processos inquisitoriais. A guisa de conclusão, salienta-se que na última década do século XVI, o elemento feminino de algumas famílias criptojudaicas do Funchal, a exemplo da linhagem Pereira, residentes na Rua dos Mercadores e adjacências, por contrair negócios e bens de raiz, também desempenharam um papel importante na economia funchalense. A maior parte dessas mulheres eram conserveiras, fanqueiras, tendeiras e padeiras. Desta feita, é possível inferir que parte do comércio da capital da Ilha da Madeira teve a contribuição das mercadoras cristãs-novas, tais como Justa Pereira.
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