Banca de DEFESA: FRANCISCA AMANDA DOS SANTOS
06/08/2019 11:24
A rica diversidade artístico-cultural brasileira é resultante de uma formação sócio histórica, na qual houve o encontro de indígenas, europeus e africanos, dentre outros povos. Um dos produtos artísticos brasileiros resultantes dessa diversidade é o cordel, amplamente divulgado na região nordeste. Por meio deste produto literário, histórias são ouvidas, causam o riso, apresentam-se sob a forma de protesto e crítica social e, sobretudo, carregam as memórias de um povo. Todavia, os gêneros, literários ou não, podem trazer uma imagem discursiva negativa para alguns segmentos sociais reforçando alguns preconceitos e estereótipos. Sendo assim, justifica-se nosso interesse em estudar alguns cordéis em que o ethos apresentado não é favorável à resistência de grupos minoritários, mas em vez disso, corrobora com falas e posturas cristalizadas socialmente em favor da manutenção do cenário de exclusão e desvalorização de certos sujeitos em detrimento de outros. É preciso observar que não se trata de dizer que toda a literatura de cordel contribui para o quadro acima. O objetivo geral deste trabalho consiste em produzir um material pedagógico a fim de contribuir para a desconstrução dessas práticas, tendo como base o trabalho com o gênero cordel em sala de aula. Alguns dos objetivos específicos são estimular e proporcionar a leitura através da literatura de cordel e desenvolver o senso crítico dos alunos através da reflexão sobre os problemas sociais existentes no país como desigualdade e intolerância. Para isso, este projeto apoia-se nas reflexões (neo)retóricas e discursivas feitas por Ferreira (2010) e Amossy (2016), nas quais destacam-se os conceitos de ethos e estereotipagem, menciona-se também estudiosos relevantes para o estudo da dinâmica social como Marx (1996), Pastorini (2007), Yazbek (2001), Ribeiro (1995), ademais, são trazidas discussões sobre o cordel orientadas por Luyten (1983), Terra (1983), Abreu (1999, 2006) , Luciano (2012), dentre outras pesquisas. Alguns dos resultados alcançados apontam para a necessidade de maior inserção do cordel no ambiente escolar, por meio de atividades nas quais sejam exercitadas tanto a criticidade, quanto a criatividade dos alunos.
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