Banca de DEFESA: SIMONY DA MOTA SOARES
05/08/2019 15:27
A não-adesão ao tratamento é um importante fator de risco para o insucesso terapêutico, surgimento de complicações e elevação de custos em doenças crônicas, como a hipertensão. Dentre os métodos propostos para determinar o comportamento aderente, as escalas de autorrelato de adesão são amplamente empregadas em pesquisas e na prática clínica por apresentarem baixo custo, fácil aplicabilidade e considerarem aspectos subjetivos do indivíduo. A disponibilização de escalas que contemplem diferentes domínios da adesão envolvidos com comportamento de tomada do medicamento, barreiras e crenças podem aumentar a efetividade da medida. O objetivo deste trabalho foi realizar a adaptação transcultural e validação para a língua portuguesa das escalas de adesão terapêutica Simplified Medication Adherence Questionnaire (SMAQ) e Brief Evaluation of Medication Influences and Beliefs (BEMIB) para pacientes com hipertensão arterial. Para tanto, o estudo seguiu as recomendações metodológicas internacionais que preconizam a combinação das seguintes etapas: tradução, retrotradução para a língua de origem (back translation), síntese das traduções e pré-teste. A equivalência semântica foi atribuída pelos autores das escalas originais e as equivalências idiomática, experiencial e cultural foram conferidas por um comitê de especialistas. Para a etapa de pré-teste foi considerada como população-alvo pacientes maiores de 18 anos, em uso de medicamentos anti-hipertensivos, que aceitaram participar da pesquisa após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os resultados demonstraram alto grau de conformidade entre as escalas originais e as versões adaptadas, atestadas pela equivalência semântica conferida pelos autores primários dos instrumentos. A síntese das traduções permitiu uso linguagem informal em detrimento de termos técnicos adaptados às condições de baixo letramento em saúde do público-alvo. O pré-teste incluiu 20 participantes, com média de idade de 57 anos, 65% do sexo feminino, 60% não alcançaram o ensino médio. Quanto aos dados clínicos, 85% apresentavam comorbidades e 65% faziam tratamento com anti-hipertensivo há mais de 5 anos. O tempo médio de completude das escalas foi de 1’48’’ para a SMAQ e 2’45’’ para BEMIB. Este estudo possibilitou a disponibilização de duas escalas de avaliação da adesão farmacoterapêutica de pacientes hipertensos que abrangem diferentes domínios para compreender os fatores limitantes à adesão. Ressalta-se a importância de estudos posteriores para atestar a confiabilidade dos instrumentos, a fim de determinar o grau de coerência com que estes medem o atributo em estudo.
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