Banca de DEFESA: MARCELO RANGEL LIMA
30/07/2019 07:26
Na perspectiva do método histórico-estrutural, o trabalho problematiza relações entre desenvolvimento e expressões culturais na cidade de Laranjeiras, com destaque para a comunidade da Mussuca, notabilizada pela singularidade de seus ritos e celebrações, cujas referências e matrizes africanas se destacam na diversidade cultural de Sergipe. Com base no processo histórico que modelou o desenvolvimento local, marcado pela economia açucareira e a exploração do trabalho escravo, identificamos como rebeliões e estratégias de resistência cultural moldadas por anseios de liberdade e laços de solidariedade estabeleceram espaços de atuação na sociedade escravocrata, consolidando práticas simbólicas que acabam por se destacar frente às matrizes brancas e europeias. A historicidade da ocupação territorial na confluência dos rios Sergipe e Cotinguiba pela população descendente de mulheres e homens escravizados evidencia a formação de uma comunidade remanescente de quilombos, mas é através de celebrações tradicionais que a Mussuca consolida uma identidade cultural própria. A inserção de suas manifestações culturais comunitárias em eventos e celebrações oficiais provoca o rompimento do isolamento dos negros da periferia da cidade e propicia sua participação em círculos artísticos, sociais e políticos. Com base no pensamento de Celso Furtado e nas proposições de organizações intergovernamentais e à luz de dados apontados em pesquisas históricas e reflexões de viés antropológico, apresentamos linhas de argumentação sobre tais processos e sobre agentes locais de transformação, destacando suas capacidades criativas como indutoras de visibilidade e integração social.
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