Banca de QUALIFICAÇÃO: ANDREZZA MARQUES DUQUE
24/07/2019 08:22
Introdução: O envelhecimento é uma realidade mundial e o próximo desafio global de saúde pública. No Brasil, acontece de forma acelerada e num contexto social e econômico desfavorável. Esse fato demanda ações nos âmbitos econômico, político, social e de saúde para garantir aos idosos uma vida autônoma e independente, sobretudo, diante das diversas desigualdades na qual estão submetidas à população idosa brasileira Objetivo: analisar os padrões e a dinâmica espacial do envelhecimento e dos determinantes sociais em saúde. Método: Estudo ecológico com análise espacial e temporal, realizado através de duas etapas: uma realizada no território brasileiro e outra no estado de Sergipe. Para a primeira etapa foram utilizados dados oriundos dos Censos Demográficos e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) dos municípios e estados brasileiros. Para a segunda, dados secundários de indicadores sociais, demográficos e de saúde coletados em inquéritos brasileiros dos municípios do Estado de Sergipe. Foi analisada a distribuição espacial dos indicadores relacionados ao envelhecimento e determinantes sociais. A autocorrelação espacial e a correlação entre as variáveis foi testada por meio do Índice de Moran Global (I) e do Índice de Associação Espacial Local (LISA). Para análise espacial utilizados os softwares GeoDa, TerraView 4.2.2 e QGIS 2.18.3 e para os modelos de tendência e regressão linear múltipla o programa R. Resultados: Foi observada autocorrelação espacial significativa quanto à desigualdade de renda, expectativa de vida e taxa de envelhecimento no Brasil. Existem clusters predominantes nas regiões Norte, Nordeste e Sul do país. Os clusters das regiões Norte e Nordeste estiveram associados com maiores desigualdades e piores indicadores. Houve correlação espacial inversa entre desigualdade de renda vs. expectativa de vida e taxa de envelhecimento. As características de envelhecimento no Brasil apresentam distribuição não aleatória revelando correlação espacial com a desigualdade de renda. Nos resultados do estado de Sergipe, a região sudeste do estado apresentou clusters com melhores resultados nos indicadores e os municípios da região noroeste e extremo leste caracterizaram-se pelos piores valores evidenciando-os como locais de condições de vida precárias. A razão de dependência elevada, a taxa de analfabetismo em idosos e a taxa de desemprego apresentaram um impacto negativo sobre a expectativa de vida. As evidências confirmam que há uma autocorrelação entre os determinantes sociais e a expectativa de vida no estado de Sergipe, apontando que quanto piores os indicadores sociais, econômicos e de saúde menores as expectativas de vida. Conclusão: Diante das disparidades sociais e econômicas no vasto território brasileiro, a análise espacial mostrou ser um contributo significativo para a formulação de políticas públicas que respeitem as peculiaridades locorregionais. Esse reconhecimento aponta para a necessidade de redirecionamento das políticas públicas e formulação de estratégias visando a redução das desigualdades sociais e na saúde.
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