Banca de QUALIFICAÇÃO: HERICALIZANDRA SANTA ROSA SANTANA
22/07/2019 13:41
A lesão inalatória é afecção comum no paciente queimado ou vítima de incêndio e se caracteriza por complexa fisiopatologia. Afeta inicialmente a via aérea, podendo progredir para uma doença sistêmica, de difícil controle, com elevado risco de morte. O tratamento é duradouro e suscita a investigação de terapias alternativas que sejam mais eficazes e de baixo custo. Dentre estas alternativas, os produtos naturais tem sido a escolha em várias pesquisas. Estudos têm comprovado que o limoneno, um monoterpeno presente em frutas cítricas, possui efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes, entretanto sua administração por via inalatória em lesões pulmonares por inalação de fumaça ainda não foram estudados. O presente estudo avaliou os efeitos do limoneno sobre o estresse oxidativo, alterações histomorfológicas e bioquímicas causadas pela lesão por inalação de fumaça em roedores. Além disso, esta pesquisa realizou uma revisão sistemática abordando os efeitos anti-inflamatórios do limoneno sobre as lesões do sistema respiratório. Trata-se de estudo experimental, controlado e randomizado, no qual foram utilizados 15 ratos adultos, divididos aleatoriamente em grupos de cinco, denominados: sem lesão e sem intervenção (Grupo SL/I); com lesão e expostos à inalação do soro fisiológico (Grupo SAL); e com lesão e tratados com limoneno por inalação (Grupo LIM). A lesão inalatória foi induzida em ratos pela exposição destes a fumaça produzida pela queima de 30 g/Kg de algodão em uma câmara durante 27 min. Após isto, os animais foram submetidos à oxigenoterapia e respectivos tratamentos. Vinte quatro horas após, estes foram eutanasiados para análise. A análise bioquímica do sangue não mostrou nenhuma alteração importante entre os grupos. Apenas uma redução significativa nos níveis de Alanina Aminotransferase (ALT) nos grupos SAL e LIM. Quanto à atividade antioxidante, o FRAP foi significativamente reduzido nos animais lesionados e o LIM foi capaz de reverter esta redução (p < 0,05). Já os níveis de GSH foram reduzidos nos animais lesionados e significatimente aumentados nos animais tratados com LIM (p<0,05). Na análise histomorfológica foi possivel observar que os tecidos traqueal e pulmonar dos animais lesionados apresentaram processos inflamatórios severos caracterizados pela presença de linfócitos, polimorfonucleares neutrófilos e ulceração do epitélio e edema. O tratamento com o d-limoneno foi capaz de reduzir, mesmo que de forma leve, estas alterações. Foram constatadas na traquéia uma menor resposta inflamatória com preservação do epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado e ausência de áreas de ulceração, enquanto que no pulmão observou um predomínio de alvéolos regulares, homogeneamente distribuídos, com áreas focais de maior celularidade e septos levemente espessados, inferindo menor resposta inflamatória. Os resultados até aqui demosntram que o d-limoneno pode ser eficaz no tratamento da lesão pulmonar por inalação de fumaça. Os efeitos positivos evidenciados pela melhora sugere um potencial terapêutico do limoneno.
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