Banca de QUALIFICAÇÃO: CHARLISSON SILVA DE ANDRADE
02/07/2019 10:58
A Teologia Negra da Libertação, sistematizada em meados do século XX, constitui-se a partir da experiência afrodiaspórica nas Américas e no contexto de protesto contra o domínio colonial branco na África. Orientada pelos princípios de Libertação e Justiça, esta perspectiva teológica correlaciona a mensagem cristã com a situação histórico-cultural contemporânea, objetivando uma transformação concreta na história, engajando-se na luta pela superação do racismo e das heranças culturais e sociais da colonização e escravidão. A partir da constatação da crítica da Teologia Negra da Libertação à pretensa universalização da teologia euro ocidental, tomamos como objetivo geral analisar o potencial correlativo entre a Teologia Negra da Libertação e as teorias pós-colonial e decolonial, considerando as condições históricas que condicionam a hermenêutica de ambas, sobretudo no que diz respeito à relação entre modernidade e colonização/colonialidade/racismo. Para realizar a análise dessa pesquisa, recorremos a autores como Paul Tillich e Claude Geffré, no que se refere à compreensão dos teóricos citados sobre a condição hermenêutica da teologia, sintetizada no “método de correlação” e na concepção de “virada hermenêutica”, respectivamente. No capítulo 1, ao traçar um panorama da Teologia Negra da Libertação, destacando a constituição correlacional entre teologia e “situação” e a sua diversidade contextual, compreendemos que a hermenêutica implicada nessa teologia, ao afirmar o contexto social como elemento constitutivo de toda teologia, radicaliza-se na corporeidade, considerando o corpo como um lugar de pensamento teológico. Corpo este que está na margem dos poderes político, econômico e epistemológico hegemônicos, sobretudo vitimado pelo racismo, condição que se torna determinante para a particularidade e originalidade de sua perspectiva teológica. No capítulo 2, pretendemos identificar os principais argumentos críticos e propositivos das teorias pós-colonial e decolonial na interpretação que ambas fazem da modernidade, tendo em vista a situação histórica que determina as suas hermenêuticas. Por fim, no capítulo 3, pretendemos realizar a análise do potencial correlativo entre a Teologia Negra da Libertação e as teorias pós-colonial e decolonial.
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