Banca de DEFESA: LÍVIA MARIA ALBUQUERQUE COUTO
08/05/2019 14:19
O reinado de Alfonso VIII (1158-1214) foi um período intensamente marcado por uma série de conflitos políticos e militares. Com o intuito de compreender este período da história castelhana e contribuir acerca do que é pesquisado sobre o medievo ibérico, buscamos analisar a relação deste monarca com uma parcela específica da sociedade, isto é, a aristocracia guerreira/senhorial.
Para tal, nos valeremos do Poema de Mio Cid, escrito durante o reinado de Alfonso VIII, o qual nos permitirá analisar como o discurso sobre as negociações senhoriais e o poder monárquico eram representados na corte castelhana. Assim, esperamos compreender não apenas o modelo de aristocracia idealizado, como também as relações de negociação almejadas pela monarquia.
Nesse sentido, destacamos como Alfonso VIII se utilizou da literatura de corte com o objetivo de melhorar os tensionamentos com a aristocracia e o auxiliar na legitimação do seu poder. Ao atribuir características propagandistas como, por exemplo: Equilíbrio, Lealdade, Cortesia, Generosidade Religiosa e o ideal de Herói/Guerreiro, o monarca castelhano buscou moldar a realidade social a seu favor. Logo, entendemos que para atribuir discursos de negociação baseados nessas características e fortalecer seu poder monárquico, utilizou-se de situações específicas do Poema de Mio Cid.
Por isso, é necessário pensar o conteúdo poético do documento dentro de um contexto, relacionando o seu discurso ao social e às relações de poder específicas de Castela do século XIII. Sendo necessário destacar que o documento foi produzido entre as duas principais guerras do reinado de Alfonso VIII (Alarcos e Las Navas).
Por fim, acreditamos na ideia de que Alfonso VIII patrocinou a produção do Poema de Mio Cid e que este seria um instrumento propagandístico para as relações sociais e de negociação entre a monarquia castelhana e a aristocracia.
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