Banca de QUALIFICAÇÃO: OSVALDO ALVES DE MENEZES NETO
26/04/2019 09:18
Introdução: A anemia falciforme é uma doença genética responsável pela produção da hemoglobina S, possuindo uma grande variedade de apresentações clínicas. Uma das terapêuticas mais difundidas é a transfusão, que embora ofereça benefício clínico, não é isenta de complicações, a exemplo da aloimunização. A inflamação crônica compõe a fisiopatologia da doença falciforme e pode ser fator adicional para a aloimunização. O traço falciforme é considerado condição benigna e assintomática, contudo algumas complicações clínicas já foram descritas nesses pacientes. O objetivo do estudo foi avaliar o perfil imunohematológico e linfocitário dos portadores de anemia falciforme e sua influência na evolução clínica. Métodos: Estudo de coorte onde foram revisados os prontuários dos pacientes portadores de anemia falciforme acompanhados num Hospital Universitário. Os pacientes realizaram rotina pré-transfusional no hemocentro local. A média dos cinco últimos exames laboratoriais e a frequência de várias complicações clínicas foram comparadas entre aloimunizados e não aloimunizados. Em um corte amostral foram incluídos pacientes portadores de anemia falciforme, traço falciforme e indivíduos sem quaisquer hemoglobinopatias para realização de imunofenotipagem de sangue periférico com avaliação de linfócitos B, linfócitos T (CD4 e CD8) e células NK. Resultados e Conclusões: A coorte foi composta predominantemente por pacientes jovens procedentes do interior dos estados. As complicações clínicas mais frequentes foram colelitíase e hipertrofia de ventrículo esquerdo. As alterações laboratoriais mais frequentes foram anemia e aumento do LDH, bilirrubina indireta e reticulócitos. Essas alterações foram relacionadas com complicações clínicas frequentes nos pacientes com fenótipo hemolítico (AVC, priapismo e úlcera). Pacientes que usam hidroxiureia apresentam mais complicações clínicas relacionadas a indicação da medicação, sem relação de causa/efeito. Pacientes diagnosticados pela triagem neonatal apresentaram menos AVC, nefropatia, STA e úlceras isquêmicas. Os pacientes foram negativos para antígenos de alta imunogenicidade. A taxa transfusional foi 66,5% e de aloimunização 19,6%. A maior parte dos anticorpos não foram identificados seguidos de anti-E, anti-e e anti-C. A presença de autoanticorpos foi maior nos pacientes aloimunizados em comparação com os pacientes não aloimunizados. A aloimunização foi relacionada com a maior média de idade, maior frequência de uso de hidroxiureia, maior número de transfusão e valores maiores do VCM. A triagem neonatal não se mostrou protetora para a aloimunização. Pacientes com anemia falciforme e traço falciforme apresentaram valores aumentados de NK total e NK CD56bright; e apenas pacientes com anemia falciforme apresentaram valores maiores de NK CD56dim e menores de linfócitos CD4+.
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