Banca de QUALIFICAÇÃO: RAFAEL DE OLIVEIRA CRUZ
03/04/2019 20:37
As notícias do agravamento da enfermidade do imperador D. Pedro II e a consequente investidura da princesa D. Isabel como regente do Império em 1887, fez multiplicar entre a imprensa de diversas partes do país as expectativas em torno de um possível Terceiro Reinado. Sendo a política no Brasil oitocentista um campo essencialmente masculino, o dispositivo constitucional que permitia a sucessão feminina ao trono não era garantia de aceitação entre diversos segmentos que acreditavam ser a esfera doméstica o espaço reservado aos papeis femininos. Este trabalho pretende lançar um debate sobre esse momento em que se construíam percepções do eminente reinado de Isabel I, a partir dos periódicos que circulavam nas províncias da Bahia e de Sergipe, tentando perceber de que maneira a imprensa desses dois espaços, localizados geograficamente afastados da Corte Imperial no Rio de Janeiro, projetavam – quer apoiando, quer rejeitando – as possibilidades de uma monarquia encabeçada por uma mulher tida como excessivamente religiosa e casada com um estrangeiro. Pretendemos assim, fazer um estudo sobre as concepções sociais e políticas que permeavam os discursos de tais periódicos, em um momento que pululavam questões sobre a abolição da escravidão, a ideia do federalismo e da república, buscando entender se o gênero da herdeira do trono brasileiro teria sido um dos fatores que minaram os apoios pela continuidade da monarquia em no final do século XIX.
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