Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ DANILO SANTANA SILVA
20/03/2019 14:27
As demandas provenientes do processo de financeirização da economia provocaram profundas alterações espaciais nas diferentes escalas de acumulação. Coube aos Estados centrais ao capital assumir e determinar os rumos da política neoliberal. O espaço sob o domínio da lógica especulativa vai ser o receptáculo dos fluxos de capital, pessoas e mercadorias num movimento cada vez mais rápido. O capital mundializado vai buscar por meio liberalização e desregulamentação dos mercados nacionais, a eliminação das barreiras que antes asseguravam a segurança da sua (re)produção ampliada. Assim, a ideologia do fim da história assegurada pelo pleno desenvolvimento do capitalismo, bem como o seu modelo democrático de Estado, deu lugar a uma era de incertezas. A crise estrutural que atinge o capital desde a década de 1970 e que teve como capítulo mais recente o estouro da bolha imobiliária no mercado estadunidense em 2008 aponta a insegurança política, econômica e social do período contemporâneo. A incontrolabilidade e a inrreformabilidade do sistema do capital assinalam o colapso da “sociedade de mercado”, expondo assim as fraturas e contradições da sua (re)produção sociometabólica. A crise estrutural representa a incapacidade sociometabólica do capital de garantir a plena reprodução de ciclo, sendo por excelência uma crise de superprodução afiançada – neste tempo - pelo sistema financeiro. Quanto mais eminente o esgotamento do sistema do capital, maior será sua destrutividade na busca de um novo fôlego para o processo de acumulação. Nesta direção, é que partimos da hipótese que a crise estrutural e o processo de (re)produção sociometabólica do capital, em movimento real/fictício, provoca alterações no setor produtivo ao tempo que determina novas formas de acumulação via agronegócio. Assim, antigas estruturas produtivas foram destruídas ou se metamorfosearam para atender a necessidade de acumulação em ritmo acelerado, comandado pelo capital financeiro. Para o desenvolvimento da presente Qualificação foi o utilizado o método científico do materialismo histórico dialético que consiste em um arcabouço teórico-metodológico capaz de analisar as contradições existentes no sistema do capital, estabelecer bases científicas válidas para investigar o processo de reprodução do capital, bem como seus condicionantes históricos. Para o desenvolvimento deste estudo foram realizadas reflexões teóricas com base na revisão bibliográfica de teses, dissertações, livros, artigos e entrevistas de autores da Ciência Geográfica e das diversas áreas que se entrelaçam na busca da explicativa em construção na Qualificação, bem como o levantamento de dados em fontes primarias e secundárias relacionadas a temática em estudo. Espaço e território são categorias analíticas que, à guisa do método desenvolvido por Marx, alcança o movimento capital em seu desenvolvimento desigual e combinado. Apreender a totalidade, a contradição e a mediação da realidade concreta e dinâmica se faz imperativo na investigação histórica e dialética.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19110-7eaa891a10