Banca de DEFESA: HELENO DOS SANTOS MACEDO
20/03/2019 14:11
O processo de uso e ocupação do solo em paisagens cársticas vem ocorrendo de forma desordenada em todos os lugares. Em Sergipe, essa situação vem colocando as paisagens cársticas em ameaça. As paisagens cársticas levadas a efeito na investigação, referem-se ao Carste Tradicional Bacia Sergipe, localizado na Província Costeira e Margem Continental e Carste Tradicional Olhos d’Água/Frei Paulo, inserido na Faixa de Dobramentos Sergipana no Domínio Vaza-Barris. O método de análise para fundamentos da pesquisa, baseou-se na Teoria Geral dos Sistemas, com viés nas abordagens da Teoria do Caos, dos Sistemas Dinâmicos Complexos e da Geometria Fractal. Esse estudo, delineou como objetivo geral analisar os ambientes cársticos em Sergipe, enfatizando a vulnerabilidade natural e ambiental para fins de propostas de planejamento e gestão. Assim, para cumprimento desse e outros objetivos específicos, adotaram-se procedimentos metodológicos distintos, associados a diversas fases, priorizando, portanto, a revisão bibliográfica, o levantamento cartográfico e os trabalhos de campo. Dentre outros resultados, verificou-se que os ambientes cársticos em Sergipe apresentam desenvolvimentos incipientes, devido a fatores relacionados ao tamanho do pacote rochoso, tipo de litologia, ausência de rochas com porosidade secundaria devido à falta de ativação tectônica, baixo gradiente do relevo, mudanças climáticas e, sobretudo, pelo metamorfismo dos carbonatos no Carste Olhos d’Água/Frei Paulo e cobertura das rochas carbonáticas no Carste Bacia Sergipe pelo Grupo Barreiras. No que pese ao exocarste sergipano, observou-se que se constitui por feições de lapiás, dolinas, vales cegos e planícies de dissolução (poljés), enquanto o endocarste, acha-se constituído por 171 cavidades autogênicas e com baixo desenvolvimento horizontal, localizadas, em sua maioria, no Carste Olhos d’Água/Frei Paulo. No que se refere ao uso e ocupação do solo, destaca-se a presença de mineradoras de calcário para produção de cimento e corretivo para solo, a prática de pastagem e agricultura, principalmente no Carste Bacia Sergipe. A vulnerabilidade natural e ambiental do Carste Bacia Sergipe é alta, devido a inadequação dos usos e ocupação do solo. Já o Carste Olhos D’Água/Frei Paulo encontra-se em uma situação de vulnerabilidade natural e ambiental muito alta, devido a fatores associado ao uso intensivo para a pastagem provocando a retirada da vegetação e acelerando sua degradação. Em razões finais, frisa-se que nas áreas cársticas, urge a necessidade de medidas preventivas e mitigadoras. Daí a proposição do Zoneamento Ambiental para o carste, com divisão em cinco zonas, a saber: Zonas de Uso Possível para Agropecuária (ZUPA); Zonas de Proteção das Paisagens Cársticas (ZPPC); Zonas de Conservação das Paisagens Cársticas (ZCPC); Zonas de Conservação e Desenvolvimento Urbano (ZCDU) e as Zonas de Uso para Mineração e Industria (ZUMI). Além disso, fez-se também a proposição da inserção de medidas de conservação do carste nos Planos Diretores e criação de duas áreas de proteção ambiental: APA Taquari Maruim, no Carste Bacia Sergipe e APA Olhos D’Água, no Carste Olhos D’água/Frei Paulo.
SIGAA | Superintendência de Tecnologia da Informação/UFS | Telefonista/UFS (79)3194-6600 | Copyright © 2009-2024 - UFRN v3.5.16 -r19130-f2d2efc73e