Banca de DEFESA: NELSON SANTANA SANTOS
11/02/2019 13:05
Durante o domínio holandês sobre o nordeste do Brasil (1630-1654) a prática do judaísmo foi oficialmente permitida, diversamente do que ocorrera no restante do período colonial. Após a reconquista portuguesa, a religião judaica voltou a ser proibida e aos seus adeptos, ali residentes, foi concedido o prazo de três meses para que deixassem a região. A maioria dos judeus partiu para outros países, sobretudo para a própria Holanda. Aos poucos que ficaram restava a prática compulsória do cristianismo e o risco de serem presos e processados pela Inquisição. A presente dissertação busca investigar os possíveis conflitos identitários vivenciados pelos cristãos-novos presos (e processados) pela Inquisição portuguesa, residentes na Capitania de Pernambuco, neste período imediatamente posterior ao final do domínio holandês. Busca verificar se a circunstância de estarem tais cristãos-novos situados num contexto de transição de um ambiente de liberdade de consciência religiosa para um cenário de retomada da obrigatoriedade do catolicismo e da vigilância inquisitorial engendrou conflitos identitários e, em caso positivo, quais as características destes eventuais conflitos, assim como das eventuais estratégias adotadas no sentido de superá-los. Para tanto, optou-se por estudar a trajetória de Antônio Henriques, aliás Isaac Cohen Henriques, o único cristão-novo preso pela Inquisição Portuguesa no período pós-holandês pela prática pública do judaísmo durante o domínio neerlandês sobre o Brasil. A importância do estudo de sua trajetória se deve ao fato de tratar-se do único caso (suficientemente documentado) de um cristão-novo que viveu a dúplice experiência do exercício público do judaísmo e da posterior decisão de permanecer no Brasil após a saída dos holandeses, mesmo sob o risco de ser preso e condenado pela Inquisição.
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