Banca de QUALIFICAÇÃO: GIVALDO SANTOS DE JESUS
01/02/2019 10:18
Nos dias atuais, têm sido crescentesos debates a respeito das transformações ocorridas no espaço rural em função do avanço das relações capitalistas, envolvendo praticamente todos os aspectos da vida humana. Nesse contexto, a ciência geográfica tem buscado explicações com bases teóricas e metodológicas no sentido de subsidiar o conhecimento dos fatos, que implicam na dinâmica e configuração do espaço. A presente tese tem como objetivo analisar as dimensões da questão da terra e do trabalho por meio da constituição da Memória e da História rural, na perspectiva das mudanças e permanências da agricultura familiar no Sertãosergipano, na trajetória 1960 a 2018. A escolha deste tema surgiu pelo interesse em ampliar e aprofundar a temática sobre a produção e reprodução do espaço rural sergipano, ao perceber em algumas entrevistas realizadas com agricultores familiares, o quanto estes agricultores se reportam ao passado e a memória para explicar o presente. A memória é o meio para se chegar ao passado eas lembranças estão em diferentes camadas da memória escavadas no presente e, nesse presente, podem se expressar as experiências silenciadas em tempos pretéritos. Para o desenvolvimento desta pesquisa, optou-sepelo métodoFenomenológico, pautado na subjetividade, no simbolismo, experiência, percepção, singularidade e tem na compreensão a sua base de entendimento do mundo real. Em termos metodológicos, tem sido realizado ampla revisão bibliográfica; utilizar-se-á a História Oral Temática com o objetivo de resgatar as memórias individuais e coletivas dos agricultores familiares e representantes de instituições, que atuaram e/ou atuam no espaço rural e serão entrecruzadas com documentos oficiais como: Censos Agropecuários (1960, 1970, 1980, 1995/96, 2006, 2017); Livro de Registro de Terras; Mensagens de Governo e Jornais de época. O fato do homem e das sociedades humanas serem objetos de estudo tanto da História quanto da Geografia, aproxima as duas ciências. Foi na primeira metade do século XX, com a fundação doMovimento dos Annales, por Marc Bloch e Lucien Febvre, que começa a se estabelecer um diálogo interdisciplinar entre a História e as Ciências Sociais. E, uma das primeiras escolas geográficas que chamou a atenção dos historiadores, derivado dos Annales, foi a de Vidal de La Blache. A interdisciplinaridade da História com a Geografia é uma proposta de diálogo, onde as duas ciências trabalham em conjunto. Nesse sentido, a categoria espaço possui um destaque heurístico, facilitando o entendimento do movimento da memória e da história. No espaço rural, o avanço capitalista produz profundas mudanças em todo o seu processo, desde as relações de trabalho, na propriedade da terra, na produção e no uso de tecnologias, provocando mudanças e permanências políticas, econômicas, sociais e culturais no tempo e no espaço. Portanto, esta pesquisa tem um caráter geográfico e busca a interdisciplinaridade com a história para entender as transformações ocorridas no sertão sergipano em função do avanço do capitalismo no campo.A maior contribuição desta pesquisa é construir um arcabouço histórico e geográfico sobre o desenvolvimento rural no sertão sergipano a partir do pequeno produtor rural.
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