Banca de DEFESA: JOSEANE DE FARIA CALAZANS
30/01/2019 15:42
Os pequenos mamíferos exibem diferentes padrões de uso do microhabitat de acordo com as características intrínsecas das espécies e a disposição dos recursos requeridos. As diferenças neste uso têm sido amplamente relacionadas ao processo de coexistência nas comunidades, mas poucos estudos investigaram esses padrões em áreas de restingas. Este ecossistema ainda é pouco explorado em relação a sua mastofauna, sobretudo no nordeste do Brasil. Assim, o presente trabalho visa caracterizar a estrutura da comunidade de pequenos mamíferos em uma fitofisionomia de restinga no litoral de Sergipe e analisar como as espécies utilizam o microhabitat nessa localidade. Através do método de captura-marcação-recaptura, o levantamento de pequenos mamíferos foi realizado mensalmente, de setembro de 2017 até agosto de 2018, com a utilização de armadilhas Sherman e pitfall. Seis variáveis do microhabitat relacionadas aos recursos potencialmente utilizados pelas espécies foram mensuradas em todas as estações de captura. A similaridade na composição de espécies entre áreas de restinga e de Mata Atlântica no estado foi avaliada pelo índice de Jaccard. O uso dos estratos verticais (solo e sub-bosque) foi comparado através de teste qui-quadrado e as associações das abundâncias das espécies com as características do microhabitat foram exploradas a partir de Análise de Redundância. Dez espécies foram registradas, sendo o marsupial Marmosops incanus e o roedor Rhipidomys mastacalis as mais abundantes. A composição de espécies é mais similar à área de Mata Atlântica adjacente do que a outra área de restinga no estado. Os resultados indicam que as espécies utilizam diferentemente os estratos verticais. Além disso, variações nas abundâncias dessas espécies foram associadas às características do microhabitat, mais especificamente ao adensamento do sub-bosque. Este último tende a aumentar a abundância de M. incanus e diminuir a de R. mastacalis. As abordagens utilizadas sugerem que as espécies exibem alguma plasticidade no uso do habitat e que o uso diferencial do estrato arbóreo para movimentação e forrageio pode ser um facilitador no processo de coexistência em área de restinga.
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