Banca de DEFESA: ANALU NEVES DE MENDONÇA CAVALCANTE
28/01/2019 16:18
A abertura dos mercados e a possibilidade de explorar a educação por entidades privadas proporcionou o crescimento do número de Instituições de Ensino Superior (IES) particulares em todo o Brasil. Mais de 85% do total de universidades e faculdades brasileiras são privadas (INEP, 2017). Neste contexto, regulamentações e critérios pré-estabelecidos foram criados pelo Ministério da Educação (MEC) para garantir que um padrão mínimo de qualidade seja atendido na prestação de serviços educacionais. Contudo, apesar de as regulamentações serem as mesmas em todo território nacional, interpretações e ações são diferenciadas de IES para IES em virtude da capacidade de tradução desenvolvida e praticada pelo gestor da organização. Esta individualidade e subjetividade que envolve a tradução de normas administrativas em ações práticas favoreceu a relação de teorias como a Teoria Institucional e a teoria das Capacidades Dinâmicas na busca do entendimento de como ocorre esse processo. Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa é compreender a institucionalização de práticas estratégicas em IES privadas de Sergipe por meio da tradução e adaptação dos padrões regulatórios do MEC. O estudo possui natureza qualitativa, a estratégia de pesquisa foi um estudo de casos comparativos, com natureza exploratória e descritiva. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com gestores de IES privadas sergipanas, e a análise de resultados se deu por análise de conteúdo. Pretendeu-se com este trabalho contribuir com as crescentes pesquisas que envolvem a Teoria Institucional e a teoria das Capacidades Dinâmicas, além de compreender as ações realizadas por IES na busca de atendimento às normas e prestação de serviços de qualidade. Os dados obtidos pelas entrevistas em três instituições de ensino privadas, com profissionais-chave, sendo participantes do Núcleo Docente Estruturante (NDE), Coordenadores de Curso e Membros da Comissão Própria de Avaliação (CPA), foram complementados pela percepção e visão da pesquisadora tanto no ambiente ao qual os encontros eram realizados, quanto nos meios de comunicação e divulgação usados pelas IES. Comparativos foram realizados em busca de verificar a existência de isomorfismo institucional no tocante à forma com que as decisões são tomadas a partir de regulamentações do MEC. Concluiu-se que, apesar de obedecerem a legislações idênticas, as IES se comportam de maneira distinta, observando um movimento comum participativo nas IES de portes menores. Relacionando as respostas dos entrevistados com as capacidades dinâmicas, foi percebido que em IES de porte e experiência de mercado menores, os docentes possuem mais voz participativa sendo possível idenficar capacidades dinâmicas no processo decisório. Diferente da realidade da IES de porte e experiência maiores, na qual os colaboradores não fazem parte de reuniões participativas sendo suas contribuições apenas na execução do que lhes foi imposto, ou seja, visualização de capacidades ordinárias. A pesquisa limitou-se à IES privadas sergipanas selecionadas por acessibilidade, contudo, uma expansão na pesquisa de comportamento de IES privadas no tocante a esse processo, envolvendo mais instituições, geraria um melhor aprofundamento no tema, além de demonstrar resultados mais próximos da realidade.
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