Banca de DEFESA: CRISTIANE CARVALHO SANTOS MELO
26/01/2019 10:53
Introdução: A Periodontite é um processo inflamatório crônico local, multifatorial e polimicrobiano que resulta na destruição dos tecidos de suporte periodontal e impacta negativamente na saúde geral. É muito prevalente, atingindo mais de um bilhão de pessoas no mundo. A vitamina D (VD) é um hormônio esteroide com importante papel na homeostasia óssea; por seus efeitos anti-inflamatórios e imunomoduladores, a deficiência de VD atinge entre 30% e 50% da população. Variações nos níveis de vitamina D podem, em parte, modular os efeitos de destruições tecidual da periodontite. Levantamento epidemiológico prévio da população de trabalhadores rurais de Sergipe mostrou prevalência de perda óssea periodontal em mais de 90% dos avaliados, porém as dosagens de vitamina D ainda não são conhecidos nesta população. Objetivo: Investigar a associação entre níveis séricos de vitamina D e os parâmetros clínicos periodontais. Casuística e Métodos: O estudo é observacional do tipo transversal, com coleta de dados primários em voluntários da área rural, todos residentes no estado de Sergipe, Brasil. Além de anamnese os voluntários foram examinados clinicamente por meio de periograma, onde os dentes completamente erupcionados foram avaliados, excetuando-se os terceiros molares. Seis sítios por dente foram sondados para os parâmetros profundidade de bolsa, perda de inserção, índice de sangramento a sondagem e índices de placa (protocolo boca completa). Os níveis de VD, foram dosados por quimoluminescência automatizado, seguindo as especificações do fabricante e dosado conforme classificação da Endocrine Socity. Resultados: a amostra totalizou 85 voluntários com VD dosada e avaliação periodontal completa, desses 28 (32,9%) mulheres e 57 (67,1%) homens. Nível sérico de VD abaixo do valor de referência foi verificado em 11/85 (12,9%) dos voluntários, sendo a prevalência significativamente maior entre mulheres (7/28) 25,0% do que entre homens (4/57) 7,0% (p=0,035). Os parâmetros periodontais apresentaram diferença estatísticamente significante entre os grupos de VD para os sítios de perda óssea mais severas (acima de 6mm de perda - p=0,012) e (acima de 7mm de perda - p=0,027), porém esta situação clínica periodontal severa foi pouco prevalente entre as mulheres da amostra. Conclusão: a amostra analisada apresentou grande vulnerabilidade socioeconômica. A totalidade dos avaliados foram diagnosticados com periodontite e a maioria em estágio avançado. A VD apresentou baixa frequência de deficiência, mas foi verificado nestes sujeitos uma maior tendência de perda de inserção clínica, porém sem atingir significância estatística. Serão necessários estudos com amostras maiores e com maior controle das limitações inerentes as pesquisas para elucidação do papel da vitamina D na periodontite.
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