Banca de DEFESA: ARIANE SIQUEIRA DE OLIVEIRA
21/01/2019 14:22
A problemática que envolve o gerenciamento inadequado dos resíduos sólidos domiciliares tem sido comum nos municípios brasileiros, especialmente naqueles de pequeno porte. A coleta seletiva quando bem estruturada, é capaz de minimizar os impactos socioambientais, pois agrega valor de mercado aos resíduos sólidos e promove a inserção social dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis. A pesquisa objetiva analisar os desafios para a inserção social dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis na coleta seletiva na cidade de Simão Dias-SE. O método utilizado foi o Hipotético-Dedutivo com abordagem quali-quantitativa. A coleta de dados foi dividida em duas fases: a exploração teórica por meio da revisão documental e bibliográfica e a pesquisa de campo com a utilização do diário de campo, observação in situ, registros fotográficos e entrevistas semiestruturadas, com um responsável do poder público local, quarenta catadores, um representante da cooperativa, um atravessador local e um aparista. A análise de conteúdo foi utilizada para a sistematização e análise das informações. A coleta seletiva na cidade de Simão Dias se configura através de catadores formais e informais. Os primeiros atuam através da Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Simão Dias (COOCAMAR), coletando materiais nas vias públicas, domicílios e comércio. Esses trabalhadores coletam e encaminham os materiais para o galpão da cooperativa onde realizam a triagem, pesagem, prensagem e a comercialização. Esse grupo atua em parceria com a prefeitura, mediante um contrato de prestação de serviço. Já os catadores informais trabalham de forma autônoma coletando nas vias públicas e no lixão. A pesquisa revela que os catadores que trabalham na coleta seletiva de Simão Dias são em sua maioria: homens, pardos, com baixa escolaridade, idade entre 30 e 49 anos, que possuem residência própria e ganham mensalmente menos de um salário mínimo. A formalização dos catadores busca organizar o trabalho de forma democrática através do engajamento coletivo, capacitação dos envolvidos e a autogestão da cooperativa numa perspectiva emancipadora e equitativa. Identificou-se que se houvesse uma maior participação social, a arrecadação de material aumentaria e consequentemente os ganhos entre os cooperados. Os desafios enfrentados pela cooperativa estão relacionados à falta de assiduidade, de pontualidade, de integração entre os cooperados, a falta de local adequado e próprio, a falta de esteira para seleção e triagem dos materiais além da necessidade de divulgação dos trabalhos. A coleta seletiva é de singular relevância para o gerenciamento eficiente e eficaz de resíduos sólidos. Nesse sentido, é fundamental desenvolver projetos de educação ambiental para sensibilizar e promover a participação do poder público e da comunidade, a fim de atender aos anseios dos catadores, promover sua inserção social e a sustentabilidade da cooperativa.
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