Banca de DEFESA: RODRIGO SANTOS DE LIMA
21/01/2019 13:43
O surgimento da pauta ambiental no planeta é relativamente recente e, nela são apontados inúmeros problemas, bem como possíveis soluções, comumente, atadas às questões de planejamento. Nesse contexto a bacia hidrográfica foi considerada importante, pois a água, ao realizar o seu ciclo, contribui para o equilíbrio do sistema. A conservação dos bens naturais perpassa pelo planejamento elaborado pelo poder público, realizado por meio de diagnóstico acerca da situação local. Tal diagnóstico utiliza variáveis para construir seus principais indicadores sendo que, nos planejamentos atuais os mesmos são, normalmente, utilizados de maneira ampla, basicamente com uso de informações secundárias. Nesse sentido, a tese é de que, tomando uma bacia hidrográfica como unidade de estudo, a percepção de seus moradores pode ser tomada como critério de avaliação de sustentabilidade e contribuir para a elaboração de planejamentos e gestão dos recursos hídricos. A delimitação do lócus de investigação foi a sub-bacia do rio das Lajes, afluente do alto curso do rio Sergipe, situada no semiárido sergipano. O caminho metodológico assentou-se na pesquisa qualitativa, ancorada nas experiências e vivências dos sujeitos com o lugar. Discutiu-se o lugar sob enfoque da geografia humanística-cultural, que o examina dando ênfase às questões subjetivas adquiridas pela percepção humana para com o meio que ocorre no espaço. Foram analisadas as questões de sustentabilidade e sua importância no contexto da governança, indicando que é necessário criar uma nova centralidade ambiental baseada na natureza. A pesquisa constatou que o cotidiano dos sujeitos com as águas dos rios da sub-bacia é praticamente inexistente, havendo assim, uma subutilização, restrita basicamente à dessedentação animal e à pesca quando há água nos leitos. A percepção mostrou que há topofilia dos sujeitos para com o lugar, mas com relação as águas, há indiferença e descaso, ao passo que revelou ser um caminho para entender os usos e práticas dos sujeitos com os rios e, assim, subsidiar projetos e ações nos planos de gestão. Desse modo, na elaboração dos planos de bacia, torna-se relevante considerar os sujeitos, compreender suas percepções e como estas estão intrinsecamente associadas às atitudes frente ao meio.
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