Banca de DEFESA: TAMIRES APARECIDA BATISTA DE OLIVEIRA
08/01/2019 09:33
A internalização da reforma agrária como pauta de diferentes movimentos sociais é considerada um marco histórico no processo de transformações no meio agrário brasileiro. A composição dos assentamentos rurais integra um conjunto de transformações socioeconômicas, que consolidaram a formação destas novas unidades de produção rural, que refletem a luta pela democratização do acesso à terra nas últimas décadas. Os resultados das políticas que visavam a ampliação da reforma agrária repercutiram na manutenção e consolidação dos assentamentos rurais. Ao realizarmos um panorama histórico acerca das primeiras pautas do movimento MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e o seu posicionamento na última década, é evidente a necessidade de discutir a efetividade dos atuais mecanismos de constituição dos assentamentos rurais face às contradições existentes. É notório que a questão dos assentamentos possui diferentes faces de acordo com a vivência do agricultor e as etapas que se sucedem no cotidiano do seu lote. Deste modo, considerando estas discussões, este trabalho teve por objetivo compreender as dinâmicas socioespaciais do Assentamento Che Guevara, localizado no município de Lagarto (SE). Focalizamos nosso debate na constituição e na consolidação de áreas de assentamentos rurais de reforma agrária, sob o lastro da produção e reprodução do espaço, bem como do cotidiano e vivência das famílias assentadas. Para essa abordagem, utilizou-se a pesquisa de campo como via principal para coleta de dados, que foram analisados sob a perspectiva do método dialético como construtor de uma interpretação do real que vai além de uma representação caótica do todo, típico das vivências cotidianas. Logo o método dialético pode auxiliar neste processo. Por meio do roteiro de entrevistas e aplicação de questionários e coleta de dados secundárias (IBGE, INCRA, entre outros), buscou-se realizar uma análise da trajetória social e a dinâmica do espaço agrário dos produtores que integram o assentamento. Verificou-se uma complexidade no assentamento, e observando elementos ligados a monetarização da vida social desta unidade, que foram irremediavelmente inseridas na estrutura capitalista, onde autoconsumo e comercialização integram essa dinâmica. Dessa forma, este trabalho acentua a importância em conhecer o processo de luta pela terra do assentamento Che Guevara, materializado com a constituição, até sua consolidação enquanto organização, produção e de sua reprodução na qual certamente poderemos extrair suas particularidades em termos da sociabilidade.
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