Banca de DEFESA: RAQUEL KOHLER
10/12/2018 09:27
A partir da discussão da temática sociedade-natureza, aborda-se os aspectos referentes à complexa relação entre vegetação e paisagem urbana. Entende-se que a função da vegetação neste contexto extrapola a estética, uma vez que pode constituir-se em uma infraestrutura funcional e influir positivamente na qualidade ambiental, social e econômica. A revisão bibliográfica aponta que indicadores e índices urbanos como subsídio para políticas públicas e para o planejamento são amplamente utilizados, observando-se no entanto, uma fragilidade no que se refere especificamente a indicadores e índices relacionados a vegetação urbana. A partir desta consideração, o propósito da tese foi desenvolver um instrumento de análise da vegetação na paisagem urbana para prover aos tomadores de decisão um suporte para o planejamento e a gestão, com base na visão ecossistêmica da cidade. A metodologia consiste em um conjunto de dez indicadores que ponderados resultam no Índice Socioecológico e Paisagístico Urbano. Os indicadores propostos baseiam-se na mensuração da vegetação urbana a partir de categorias espaciais determinadas pelas suas funções específicas, relacionando-as com os graus de artificialização da paisagem, com a diversidade das espécies e com a distribuição espacial da população residente. Os dados espaciais vetoriais e o banco de dados alfanuméricos da Grade Estatística do IBGE, as técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto, bem como os softwares escolhidos se mostraram eficazes para a finalidade da pesquisa. E a partir da análise dos dados coletados junto aos órgãos públicos, trabalhos de campo e interpretação das imagens de satétite, a metodologia proposta foi testada em recortes espaciais correspondente as áreas centrais de Aracaju/SE e Maceió/AL, possibilitando a comparação de dados, bem como os ajustes na metodologia. Os resultados dos indicadores e do índice, dos recortes espaciais analisados ficaram abaixo do patamar considerado adequado, sendo que os desequilíbrios encontrados referem-se especialmente a alta artificialização da paisagem, impermeabilização do solo e a baixa quantidade de vegetação em algumas categorias espaciais. Também destaca-se o não atendimento as especificidades locais em relação aos ecossistemas naturais, a fragmentação e a distribuição e diversidade desequilibrada da vegetação. Os resultados da pesquisa apontaram que os indicadores e o Índice socioecológico e paisagístico urbano propostos são adequados e que a metodologia pode ser aplicada em diferentes escalas e contextos urbanos. Em que pese a sua importância para análise de tendências futuras, a proposta mostra-se como um sistema passível de ser retroalimentado para avaliação sistêmica das práticas de planejamento e da gestão do verde urbano.
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