Banca de QUALIFICAÇÃO: MARCIA CAROLINA SANTOS TRIVELLATO
23/08/2018 16:52
A presente pesquisa tem por objetivo analisar se o prolongamento da existência dos campos de refugiados em Dadaab configura estado de exceção permanente, utilizando-se do aporte teórico do nexo nascimento-nação de Hannah Arendt e da biopolítica de Giorgio Agamben. Estuda-se o rompimento do nexo nascimento-nação em Arendt, bem como a teoria da biopolítica em Agamben, mais especificamente os conceitos de poder soberano, de campo, de vida nua e de estado de exceção. Além disto, realiza-se uma abordagem histórico-conceitual sobre a “crise humanitária” dos refugiados e dos campos de refugiados, bem como a insuficiência de proteção jurídico-legal destes ambientes. Por fim, demonstra-se que o prolongamento da existência dos campos de refugiados em Dadaab estabelece estado de exceção permanente. Neste sentido, os campos de refugiados comprovam que a estrutura atual do Estado-nação não suporta a existência de indivíduos que não se enquadram nos critérios de nascimento no território ou por sangue. Assim, o soberano o mantém dubiamente incluído-excluído no seu sistema normativo, produzindo vidas nuas em estado de exceção, nos casos dos campos de refugiados em Dadaab. Portanto, a hipótese do estudo se baseia na ideia de que o prolongamento da existência dos campos de refugiados em Dadaab, medida criada para ser meramente paliativa, comprova o rompimento do nexo nascimento-nação, denunciado por Hannah Arendt, ao estabelecer estado de exceção, conforme descrito por Agamben, de caráter permanente. Quanto à metodologia, o presente trabalho utiliza o método hipotético-dedutivo, bem como objetivo exploratório, sendo os procedimentos adotados o bibliográfico e o documental, os quais acompanharão todas as etapas de desenvolvimento da pesquisa.
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