Banca de DEFESA: CAROLINA DE SOUSA SANTOS
11/08/2018 12:14
À leste do platô das Guianas o médio Araguari, atual estado do Amapá, representa uma fronteira arqueológica. Populações falantes de línguas dos troncos Arawak e Karib habitaram a região em um passado mais remoto. A fase Aristé juntamente com a fase Mazagão, ambas filiadas à Tradição Borda Incisa, e a fase Koriabo, filiada à Tradição Inciso Ponteado figuram, para alguns arqueólogos, como evidências arqueológicas linguisticamente vinculáveis aos referidos grupos. Porém, em pesquisas realizadas nas imediações da Cachoeira Caldeirão, a variabilidade arqueológica indica um fluxo estilístico/tecnológico que denota maior plasticidade que as categorias anteriormente evocadas (Tradição/fase) parecem comportar. Em busca do significado dessa variabilidade, foi realizado uma leitura estilística e tecnológica da cultura material proveniente de três sítios da região. Todo artefato tem no seu ato de produção a própria consciência da técnica, esta por sua vez, carrega a história de um grupo e uma rede de conhecimentos. A associação entre mulheres e a produção cerâmica, enquanto certeza arqueológica, será aqui confrontada com as incertezas, em termos de teoria social, trazidas sobretudo pelos estudos de gênero.
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