Banca de QUALIFICAÇÃO: ALMIR LIMA ANDRADE
27/07/2018 09:34
Em muitas tradições religiosas, a figura carismática do profeta desempenha importante papel, como mediador da Revelação e, por conseguinte, a possibilidade de transposição das limitações do conhecimento humano. Características desse fenômeno que nunca esteve restrito apenas as tradições judaico-cristãs, nem tão pouco foi limitado a uma determinada época, povo ou região, foram preservadas literariamente em diferentes documentos, inclusive nos textos bíblicos. Movidos por carisma pessoal e impulsionados por uma experiência eminentemente extática, os profetas do antigo Israel anunciam os oráculos divinos, denunciam as contradições de ordem econômica, política e religiosa e transmitem, através do seus discursos, vaticínios e oráculos, o acontecer da palavra de Javé. Como parte integrante do cânon bíblico, os textos proféticos foram e ainda são muito caros à teologia protestante. Porém, embora os elementos éticos da profecia sejam tratados com esmero, o elemento extático inerente ao profetismo parece ser minorado e até mesmo evitado nas releituras e apropriações deste movimento. O objetivo da presente dissertação é compreender o modo como teólogos e biblistas protestantes do início do século XX, especialmente Paul Tillich, interpretaram as narrativas sobre o movimento profético no antigo Israel. Parte-se da hipótese de que a teologia protestante do início do séc. XX adotou uma interpretação particular do movimento profético do antigo Israel. Neste sentido é possível que a complexidade própria do profetismo não tenha sido totalmente compreendida, tendo em vista o intencional destaque do elemento ético da profecia, e ao mesmo tempo uma deliberada negligência ao aspecto extático da mesma. A dissertação pretende, no primeiro capítulo, apresentar características do profetismo veterotestamentário. No segundo capítulo pretende mapear a leitura que Tillich fez dessa literatura, em especial os conceitos de “princípio profético” e “princípio profético protestante”. O terceiro capítulo abordará consequências posteriores dessa interpretação, não apenas em Tillich, mas também em outros biblistas protestantes.
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