Banca de DEFESA: ERIVELTON ROSÁRIO DO NASCIMENTO
05/07/2018 14:13
Entender os mecanismos históricos-evolutivos que governam os padrões de coexistência em nível de comunidades pode oferecer maior compreensão acerca da biodiversidade e ajudar a esclarecer questões centrais em ecologia sobre a diversidade, composição e distribuição das espécies. Entretanto, entender os padrões de coexistência de espécies sem considerar o efeito dos padrões evolutivos dos fenótipos dessas espécies pode ser inapropriado, já que a montagem de assembleias ecológicas resulta da interação entre processos ecológicos e evolutivos ao longo do tempo. Diante disso, buscamos investigar, através de simulações computacionais, como o modo evolutivo das características das espécies pode afetar a estrutura funcional de assembleias ecológicas. Especificamente, investigamos o efeito do sinal filogenético do atributo funcional no clado sobre o padrão de estrutura funcional de assembleias ecológicas em diferentes regras de montagem de assembleias (filtragem ambiental, similaridade limitante e estocasticidade). Além disso, avaliamos a performance estatística, através das taxas de erro do tipo I e II, das métricas de estrutura de assembleias NRI e NTI. Para isso foram simuladas 300 mil assembleias em três níveis de sinal filogenético (conservado, neutro e lábil), três padrões de ocupação de espécies e sobre três processos de montagem de assembleias diferentes. Esperamos que clados com traço filogeneticamente conservado determina assembleias de espécies com maior tendência a exibir padrões de agrupamento funcional, clados com traço filogeneticamente lábil resulta em assembleias com maior tendência a exibir um padrão de dispersão funcional. Por fim, clados com traço com evolução neutra – ou seja, em que a característica evolui segundo o movimento Browniano - determina assembleias guiadas apenas pelas regras de assembleia (competição e filtro ambiental). Nossos resultados demonstraram que a forma como traço evolui não afeta a capacidade das métricas NRI e NTI em identificar de forma satisfatória os processos estocásticos na formação de assembleias. No entanto, quando regras de montagem determinísticas são impostas, o modo evolutivo passa exercer papel importante no poder estatístico das métricas. Desta forma, essas métricas de estrutura de comunidades amplamente utilizadas deveriam ser utilizadas apenas quando o traço avaliado assumir evolução neutra, e que a evolução através de movimento browniano seja assumida como um pressuposto dessas métricas quando aplicadas a estrutura funcional.
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