Banca de DEFESA: WOLNEY NASCIMENTO SANTOS
05/07/2018 08:22
O Corpo Negro, inserido nas narrativas fílmicas na condição de personagens ou atores, é considerado um signo, no interior de uma estrutura sintática (ou gramática cinematográfica), em relação a outros corpos, que também são signos da composição; de modo que nas histórias se expressam, segundo nossa hipótese, retratos tanto de uma dinâmica de estabilização (ortodoxas) quanto de dinâmicas de desestabilização (heterodoxas) dos modelos (protótipos, paradigmas, arquétipos) de relação de poder no interior da sociedade brasileira e suas configurações políticas. A estruturação técnica de “montar” um filme já traz em si uma conotação técnica e política na medida em que no momento da sua construção o diretor direciona os fundamentos relacionais que estruturam sua obra a fim de gerar uma estética artística ou cultural no espectador. Partindo destes pressupostos, a presente dissertação tem como objetivo interpelar através dos filmes “Caixa D’Água Qui-Lombo é Esse?” (2013) de Everlane Moraes, “O Corpo é Meu” (2014) de Luciana Oliveira, “Nadir da Mussuca” (2015) de Alexandra Gouvêa Dumas, os processos subjetivos e objetivos pelos quais os filmes abordam as temáticas da africanidade e a afrodescendência a partir da categoria “corpo: território e memória”. Metodologicamente tratou-se de um estudo de análise de filme abordado sob o viés qualitativo. Como resultado as três narrativas fílmicas (dirigida por mulheres negras) percebe-se que o corpo negro só pode ser compreendido pelos rastros da história de corpos apagados, corpos sobre os quais não alcança a história do direito para devolvê-lo ao campo da história afetiva. Ou seja, o discurso do corpo negro nas três obras só fazem sentido a partir da compreensão do corpo negro enquanto território e memória.
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