Banca de QUALIFICAÇÃO: FABRÍCIO NUNES MACEDO
06/06/2018 15:19
A dexametasona é o glicocorticoide mais usado clinicamente pois possui um importante papel, já estabelecido, no tratamento de um amplo espectro de doenças relacionadas à inflamação. Embora as ações terapêuticas sejam bem conhecidas, o tratamento com dexametasona causa vários efeitos colaterais complexos no sistema cardiovascular, que em alguns casos particulares, são clinicamente imperceptíveis. Sendo assim, nós investigamos se um regime terapêutico de dexametasona afeta a arritmogênese cardíaca, enfatizando a contribuição de espécies reativas de oxigênio (ERO). Ratos Wistar machos foram tratados com dexametasona (2 mg / kg, i.p.) durante 7 dias. Posteriormente, foram avaliadas medidas hemodinâmicas, modulação autonômica, função ventricular esquerda, fibrose cardíaca, geração de superóxido (O2 ·- ), atividade da superóxido dismutase (SOD) e arritmias. Em nossos resultados, mostramos que a dexametasona aumenta a pressão arterial, associada à um aumento da modulação simpática cardíaca e vascular. Além disso, observamos um aumento acentuado na geração de O2 · - no coração, ao passo que a atividade da SOD aumentada não impediu os níveis mais elevados de peroxidação lipídica no grupo dexametasona. Curiosamente, apesar de preservada contratilidade ventricular e responsividade β-adrenérgica, descobrimos que os ratos tratados com dexametasona apresentam maior fibrose intersticial e perivascular do que o controle. Surpreendentemente, apesar da ausência de arritmias na condição basal, demonstramos por abordagens in vivo e ex vivo que os ratos tratados com dexametasona são mais suscetíveis a desenvolver formas prejudiciais de arritmias ventriculares, quando desafiados com drogas farmacológicas ou arritmias induzidas por estimulação em rajadas (burst pacing). Notavelmente, o tratamento concomitante com apocinina, um inibidor da NADPH oxidase, preveniu esses eventos ventriculares ectópicos. Em conjunto, nossos dados revelaram que os corações se tornam arritmogênicos durante o tratamento com dexametasona, revelando o papel central das NADPH oxidases geradoras de ERO na vulnerabilidade das arritmias.
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