Banca de QUALIFICAÇÃO: RAFAELA DOS SANTOS
11/02/2018 20:54
Os dispositivos legais que dispõem sobre o atendimento da alimentação escolar no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, trazem como uma das diretrizes a elaboração de cardápio escolar que respeite os hábitos alimentares locais e culturais, pautando-se na sustentabilidade, na sazonalidade e diversificação agrícola (Resolução nº 26 de 2013). Com vistas para a observância dessa diretriz, esse estudo visa avaliar a relação entre os componentes alimentícios oferecidos na alimentação escolar pelo PNAE, em Coruripe/AL e os hábitos alimentares locais. Para tal, elencamos os seguintes objetivos específicos: levantar quais alimentos são oferecidos aos alunos da rede municipal de ensino de Coruripe/AL; identificar os principais hábitos alimentares tradicionais locais; verificar se o cardápio escolar atende as especificidades culturais locais de produção e consumo; e apontar ressignificações nos hábitos alimentares dos educandos. Sob o olhar da geografia cultural e embasada pelo método fenomenológico, será possível aprofundar o entendimento sobre a percepção dos educandos sobre o que se planta e o que se come, elementos que apontam para a identidade cultural dos grupos envolvidos na pesquisa. Os procedimentos metodológicos consistem em: revisão bibliográfica com foco nas categorias território e identidade; revisão documental com foco na aplicabilidade do programa; trabalho de campo para obtenção de dados por meio de entrevistas semiestruturadas, referente a produção dos alimentos junto aos agricultores familiares; aplicação de oficinas e grupos focais junto aos educandos, merendeiras e nutricionistas. Desde 2012, a secretaria de educação do município de Coruripe se articula com agricultores familiares no processo de compra de itens alimentícios que compõe o cardápio escolar. Foram identificados 52 agricultores familiares que assinaram contratos em 2017 junto a prefeitura, que atende 20 escolas localizadas em diferentes aglomerados urbanos e rurais. Percebe-se que esses aglomerados são dinamizados por práticas culturais enraizadas pelos sujeitos que ali vivem e que a produção e consumo de alimentos torna uma marca que diversifica o que parece ser homogêneo no contexto da globalização, a alimentação. Os hábitos alimentares dos interioranos (aqueles residem nos povoados do interior do município) apresentam-se diferentes daqueles que residem no litoral. O desafio posto é saber quais alimentos são culturalmente valorizados nessas localidades e se eles estão presentes no ambiente escolar, assim como saber se constituem uma via de desenvolvimento local através PNAE.
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