Banca de DEFESA: LEA CRISTINA SILVA BOMFIM
07/02/2018 11:01
O empreendedorismo é reconhecido como um instrumento de desenvolvimento e crescimento econômico, principalmente em economias emergentes como a brasileira, onde as empreendedoras já representam maioria dos empreendimentos iniciais (GEM, 2016), mas por outro lado a literatura do empreendedorismo feminino vem suscitando, com base em estudos predominantemente quantitativos, que empresas de mulheres têm um crescimento inferior em comparação a seus homólogos masculinos, sendo ainda escassos estudos que examinem o crescimento a partir de suas estratégias e diferenças qualitativas. Assim, esta pesquisa buscou analisar as estratégias de crescimento construídas por empreendedoras em empresas que apresentaram período de alto crescimento e, com isso, ampliar a compreensão do fenômeno. Para atingir esse objetivo foi construído um modelo analítico com base no referencial teórico visando nortear a análise em três dimensões: indivíduo, empresa e ambiente. O estudo é de natureza qualitativa, a estratégia de pesquisa foi o estudo de casos múltiplos, as evidências foram coletadas por meio de entrevistas semiestruturadas com as proprietárias, documentos e observação direta. A análise se procedeu por meio da técnica denominada cross-case analysis, utilizada para examinar semelhanças e diferenças entre os casos. Como principais resultados, destacam-se: na dimensão indivíduo, a intensidade empreendedora não relacionada ao tempo em horas, mas sim à eficiência do uso desse tempo alcançada por um alto grau de profissionalismo na gestão, autoconhecimento e inteligência emocional; na dimensão empresa, as empreendedoras mais orientadas para a estratégia promoveram formas mais peculiares de combinar os recursos; na dimensão ambiente, o monitoramento constante promoveu inovações para a empresa e, principalmente, para o mercado, sublinhando-se ainda, que as formas de análise de uma potencial oportunidade de crescimento foram predominantemente intuitivas e fatores subjetivos como risco de afetar a reputação, senso de legado, emoção e espiritualidade influenciaram na decisão por explorar as oportunidades de crescimento no entorno da firma. Por fim, em uma perspectiva não econômica, o crescimento empresarial, para elas, não se dissocia do crescimento pessoal, da qualidade de vida dos trabalhadores e do bem-estar social.
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