Banca de DEFESA: ROSANA OLIVEIRA SILVA
02/02/2018 15:21
Com postura por vezes ambígua, a Igreja Católica ao longo dos séculos demonstrou possuir uma capacidade imensurável de renovação e adequação ao contexto histórico vigente, algo que pode ser observado, por exemplo, em suas atitudes diante das ditaduras militares. Seja apoiando ou questionando esse tipo de regime, o clero brasileiro, assim como o sergipano vivenciou momentos de tensões na segunda metade do século XX. Durante seu episcopado (1960-1987), Dom José Brandão de Castro, primeiro bispo da Diocese de Propriá - SE, viu-se envolto em uma série de acusações de práticas comunistas devido a sua mudança de postura de condescendência em relação ao regime para defensor de causas sociais e direitos humanos. Nesse contexto, objetivamos analisar a atuação de Dom Brandão durante a ditadura civil-militar brasileira, enfatizando principalmente o período em que foi acusado de comunismo buscando entender as circunstâncias que envolveram o episódio, sua repercussão no cenário religioso, social e político, mas também atentos aos discursos construídos em torno do fato, sobretudo na imprensa. Para tanto, as fontes utilizadas na produção do presente trabalho englobam jornais como A Defesa, Jornal de Sergipe, Gazeta de Sergipe, entre outros e fontes oficiais (encíclicas, documentos da Comissão Estadual da Verdade-SE) que serão analisadas pelo viés da História Cultural, salientado os campos da pesquisa de História da Igreja e História da Imprensa. Compreendemos, desse modo, que o desempenho de Dom Brandão a frente da Diocese de Propriá desagradou alguns setores da sociedade, fator determinante para ter sido alçado a condição de alvo de vigilância constante dos órgãos de segurança do Estado, como também da própria Igreja Católica a qual fazia parte.
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