Banca de DEFESA: SHAUANE ITAINHARA FREIRE NUNES
05/02/2018 09:19
A presente Tese de doutorado parte do pressuposto de que a mediaçãonatureza/sociedade condição de existência ontológica do trabalho e deprodução de vida, comum dos povos das terras e das águas é subsumida porrelações capitalistas de trabalho e de produção alterando territórios eterritorialidade. Nessa direção analisamos a pesca artesanal a partir daconcepção lukacsiana da ontologia, do trabalho como mediador da relaçãosociedade/natureza, que tem o caráter de transição, do ser biológico ao sersocial, dessa maneira dá sentido ao ser social e as suas sociabilidades. Com areprodução do capital voltada à natureza; a terra e a água são cada vez maisapropriadas na condição de meio universal de produção sobreposto ao valor deuso. Realizamos nossa pesquisa com o estudo da pesca artesanal no estadode Sergipe, nas suas lógicas espaciais e territoriais, diante da territorializaçãodo capital na forma do agrohidronegócio, no consumo da natureza enquantopaisagem a ser vendida, para a especulação imobiliária, turismo, expropriaçãoda propriedade da terra e da água. A consolidação do avanço do sistema docapital tem no Estado a propagação do discurso da produtividade e do controleda natureza, na forma de investimentos e políticas, tendo a aquicultura comosolução na cadeia produtiva de pescados para garantir o país como grandeprodutor mundial. Os rebatimentos para a pesca artesanal em Sergipe sãoverificados na diminuição dos pescados, nos limites impostos no acesso à águae aos meios de vida, via políticas a nível local de incentivos a carcinicultura e apiscicultura que ignoram o modo de vida das comunidades pesqueiras,sujeitando as forças da natureza como forma de mercadoria com o objetivo deacumulação do capital, sendo o mercado condição ontológica para a alienação.Concluímos na nossa Tese que a socialização da natureza como condição devida dos homens, pode ser determinada pela relação de dominação, ou pelaprodução da vida social a partir de necessidades que não representem adestruição da condição humana. É na compreensão da relação necessidade,
qualidade e uso, em contraposição ao círculo vicioso do sistema reificado docapital, que transforma os homens em coisas, que se garante a crescenteampliação da riqueza de produção. Resistir significa reconstituir perspectivasque desloquem o metabolismo do capital para um metabolismo além do capitale consequentemente no devir da condição humana.
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