Banca de DEFESA: SIMONE DE SOUZA NASCIMENTO
19/01/2018 13:14
Contexto: As terapias cognitivas são formas alternativas de gerenciamento da dor e estudos atuais aplicam técnicas de neuroimagem para tentar elucidar seus mecanismos neurais. Apesar da abordagem extensiva no que concerne às associações entre terapias cognitivas e saúde, a aplicabilidade clínica dessa evidência no manejo da dor ainda não está completamente elucidada, além da avaliação dos mecanismos envolvidos e da análise metodológica. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia das terapias cognitivas no manejo da dor e sintomas associados, os padrões de ativação cerebral promovidos na modulação da dor, bem como a qualidade metodológica dos artigos selecionados. Métodos: duas revisões sistemáticas de literatura sobre terapias cognitivas e manejo da dor foram realizadas para buscar nas bases de dados - MEDLINE, Pubmed, EMBASE, CINAHL, PsycINFO, Science Direct e Scopus - ensaios controlados randomizados (ECA’s) que examinassem dados de neuroimagem das terapias cognitivas para pacientes com dor crônica ou indivíduos saudáveis com dor experimental. O desfecho primário foi dor e os desfechos secundários foram alterações neurofisiológicas e sintomas como ansiedade, depressão e qualidade de vida. Resultados: Foram encontrados 406 artigos e, destes, 14 preencheram os critérios para inclusão. Os resultados revelaram que a terapia cognitiva reduziu a intensidade e a desagradabilidade da dor, bem como melhorou a tolerância, a expectativa e o desejo de alívio da dor. Além disso, houve melhora da saúde mental, ansiedade, depressão e catastrofismo. Já os dados da neuroimagem revelaram padrões distintos de atividade, mas principalmente relacionados ao aumento da ativação do córtex pré-frontal e sistema límbico na população de dor crônica; aumento da ativação do córtex cingulado anterior, córtex insular anterior e diminuição da ativação do tálamo em indivíduos saudáveis após estratégias cognitivas; além de atividade aumentada em regiões pré-frontais ventriculares após a terapia cognitiva baseada em oração. A avaliação metodológica mostrou moderado risco de viés, com grande heterogeneidade que impossibilitou uma metanálise. Conclusão. A terapia cognitiva reduziu a intensidade e a experiência afetiva da dor. A regulação da dor pelas terapias cognitivas pode alterar o funcionamento das regiões cerebrais em uma rede extensiva, incluindo regiões não-nociceptivas.
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