Banca de QUALIFICAÇÃO: LUCAS ALMEIDA LEITE COSTA LIMA
22/12/2017 10:41
No mundo, cerca de 14.000 xícaras de café são consumidas a cada segundo, gerando anualmente aproximadamente 22 mil toneladas de borra de café. Estas, após secagem contem entre 7,9 e 27,0 % de óleo em base seca, cuja extração tem sido explorada por diversas metodologias. Estudo recente, utilizando extração com hexano assistida com ultrassom, elevou o rendimento do processo de 30% (amostra controle) para 85%, resultado similar à extração supercrítica, e bastante superior à prensagem a frio. Em função da periculosidade do hexano tanto à saúde humana como ao meio ambiente, o objetivo da presente pesquisa, é avaliar o uso do ultrassom, na extração do óleo da borra de café, utilizando-se etanol, considerado um solvente verde, sem riscos à saúde dos consumidores. Borra gerada por máquina de café expresso será coletada em cafeteria de Aracaju/SE, e submetida à secagem sob fluxo de ar a 45°C (Solab SL 100/42) até 10% de umidade. O óleo presente no material seco será extraído por dois métodos: prensagem a frio sob 55 toneladas em prensa hidráulica (SIWA 60T), e também extração com solvente (etanol), à 30°C, e assistida com ultrassom. As condições de extração com solvente serão otimizadas utilizando-se delineamento DCCR, com 11 ensaios e 3 repetições no ponto central, considerando-se como variável dependente o rendimento da extração, e como variáveis independentes a proporção borra/solvente (entre 1:2 e 1:6) e o tempo de extração sob ultrassom (entre 10 e 60 min). Os dados serão analisados por Metodologia de Superfície de Resposta, e as condições otimizadas identificadas. As amostras de óleo obtidas por prensagem a frio e por extração com etanol-ultrassom nas condições ótimas de rendimento serão caracterizadas físico e quimicamente quanto à densidade relativa, teor de umidade, e índices de refração, de acidez, de saponificação, de peróxido e de iodo. O perfil de ácidos graxos dos óleos será determinado por meio dos ésteres metílicos dos ácidos graxos presentes na fração lipídica, enquanto a capacidade antioxidante será avaliada pelos métodos DPPH, ABTS e ORAC. O perfil sensorial das amostras será determinado comparativamente ao de outros óleos comestíveis, por meio de Análise Descritiva Quantitativa (ADQ), utilizando-se julgadores treinados. Os dados sensoriais serão analisados por ANOVA, Tukey (p≤0,05) e Análise de Componentes Principais (ACP). Os compostos voláteis presentes no “headspace” das duas amostras de óleo serão identificados e comparados ao da bebida café que gerou a borra. Os voláteis serão isolados por técnica SPME (fibra DVB/Carboxen/PDMS), separados em colunas DB-5 e DB-Wax, analisados em um sistema GC-MS (Agilent, modelo GC 7890A/5975C) e identificados por meio dos espectros de massa disponíveis na biblioteca NIST/EPA/NIH (versão 2.0) e índices de retenção linear obtidos experimentalmente e na literatura científica. Os resultados deste estudo permitirão explorar o potencial do método etanol-ultrassom na extração do óleo da borra de café, e também avaliar o uso do óleo na culinária gourmet e como aromatizante.
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