Banca de QUALIFICAÇÃO: SAMMELA REJANE DE JESUS ANDARDE
18/10/2017 09:51
O aumento do número de ingressos nas Instituições de Ensino Superior, decorrente principalmente das políticas de acesso mais recentes, permitiu que se tornasse ainda mais evidente o desequilíbrio entre ingressos e egressos, que, atualmente, corresponde a uma média 50%, consoante dados do Censo da Educação Superior. Dados os problemas que podem ser elencados a partir dessa realidade, que vão desde a evasão ao desperdício de dinheiro público, a presente tese investiga a relação entre a proficiência em leitura e escrita do estudante e o acesso, a permanência e o sucesso na educação superior. Os resultados de avaliações em larga escala na educação básica vêm evidenciando desempenho em leitura inferior ao esperado, a exemplo da Prova Brasil, que na edição de 2015 apresentou resultado de nível de proficiência na prova de Língua Portuguesa no nível 2, em uma escala crescente que vai 1 a 8. Esse resultado também reverbera na educação superior, quando dados do INAF, do mesmo ano, apontaram que, entre os universitários, apenas 22% são totalmente proficientes em leitura e escrita. Nossa hipótese é de que existe relação entre o nível de proficiência em leitura e escrita dos estudantes e o número de egressos estagnado (a despeito da expansão de vagas). Para verificar esta hipótese, analisamos duas avaliações em larga escala que permitem aferir desempenho de leitura e escrita na educação superior, o ENEM, por ser o mecanismo de acesso; e o ENADE, por se constituir como critério obrigatório para que os concluintes obtenham o título de graduados, configurando o sucesso. Os procedimentos análise são os seguintes: 1) averiguação das concepções de leitura e escrita presentes nos documentos norteadores das avaliações e nos documentos norteadores da educação superior; 2) avaliação do nível de complexidade cognitiva dos referidos exames, com a aplicação da Taxonomia de Bloom (BLOOM et al. 1956; KRATHWOHL, et al. 2002); 3) levantamento das notas de ENEM e ENADE de dois grupos de cursos da Universidade Federal de Sergipe para comparar os desempenhos; 4) aplicação de teste de compreensão leitora em investigação com dois grupos cursos da Universidade Federal de Sergipe; 5) investigação dos impactos da proficiência em leitura e escrita no planejamento acadêmico dos cursos de graduação da Universidade Federal de Sergipe. Como resultados preliminares, através de levantamento de dados do INEP e questionários aplicados junto aos coordenadores dos cursos de graduação da Universidade Federal de Sergipe, que as recentes políticas de ingresso, principalmente o SiSU, tem estimulado a presença mais massiva de um Novo perfil de aluno (BRITO; SILVA; CASTILHO; ABREU, 2008), o que suscita a heterogeneidade entre aqueles que ocupam as vagas, consequentemente, diferentes demandas de acompanhamento pedagógico, seja ele por meio de disciplinas, cursos de extensão ou políticas de permanência estudantil.
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