Banca de DEFESA: MICHEL FRANKLIN DOS SANTOS
06/09/2017 09:44
Os antioxidantes são compostos que atuam na prevenção da oxidação de alimentos por combinação da eliminação de radicais livres, metais quelantes pró-oxidativos, extinção do oxigênio singleto e fotossensibilizadores, que de forma geral, possuem efeitos benéficos à saúde humana e previnem a deterioração de alimentos. Resíduos agroindustriais de frutas tropicais muitas vezes são descartados de modo inadequado gerando diversos problemas ao meio ambiente. Assim, é promissor a busca de processos que possam agregar valor a estes subprodutos da indústria alimentícia, a exemplo das sementes de Graviola (Annona muricata L.) e de Mangaba (Hancornia speciosa Gomes), que são fontes potenciais de compostos antioxidantes como os polifenóis. Várias são as técnicas de extração convenientes para a extração desses bioativos que vão desde técnicas convencionais com solventes orgânicos (Soxhlet) a extrações alternativas com fluidos pressurizados (extração com fluido supercrítico e extração com líquido pressurizado). Diante deste contexto, este trabalho teve como objetivo avaliar a atividade antioxidante dos óleos de sementes de Graviola e Mangaba por diferentes técnicas de extração, bem como estudar o comportamento cinético da extração em condição supercrítica e com líquido pressurizado. As técnicas de extração supercrítica e com etanol pressurizado foram executadas com a variável pressão na faixa de 100-200 bar e temperatura de 40ºC-80ºC e o vazão de etanol pressurizado de 0,5-1,0 mL/min. Os resultados obtidos para rendimento de óleo com a extração com fluido supercrítico foram melhores quando se utilizou CO2 + cossolvente etanol 10,9% (m/m) e 4,6% (m/m) na condição de 200 bar e 40 ºC para as sementes de graviola e mangaba, respectivamente. Na extração com etanol pressurizado o rendimento foi em torno de 12% (m/m) para semente de graviola na condição de 100 bar, 80 ºC e vazão 1 mL/min, já para a semente de mangaba o rendimento foi 8,3% (m/m) na condição de 200 bar; 80 ºC e vazão 1 mL/min. Referente à extração com Soxhlet os rendimentos obtidos foram de 36% (m/m) e 23,3% (m/m) para as sementes de graviola e mangaba, nessa ordem. O processo que apresentou melhor qualidade de óleos para as duas sementes foi a extração com etanol pressurizado, tendo como maior quantidade de compostos fenólicos totais obtida no óleo de semente de graviola 4751,1 mg EAG/100 g obtido na condição de pressão igual a 100 bar; temperatura 80 ºC e vazão 1 mL/min, e para a semente de mangaba foi 2978,4 mg EAG/100 g na condição de pressão igual a 200 bar; temperatura 80 ºC e vazão 1 mL/min, quanto aos valores de atividade antioxidante, os melhores resultados também foram obtidos nas mesmas condições com valores de IC50 de 321,0 µg/mL e 506,3 µg/mL para as sementes de graviola e mangaba, respectivamente. O perfil químico dos óleos de semente de graviola nas diferentes técnicas de extração quanto aos compostos fenólicos específicos e vitamina E foram semelhantes entre si, já em relação aos óleos de semente de mangaba a composição de compostos fenólicos específicos e vitamina E variou entre as diferentes técnicas de extração, sendo os óleos obtidos da extração com líquido pressurizado com maior quantidade de compostos fenólicos identificados e maior quantidade de vitamina E. Os processos de extração alternativos com fluidos pressurizados foram capazes de obter óleos das duas sementes com qualidade superior aos óleos obtidos por extração convencional.
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