Banca de QUALIFICAÇÃO: POLLYANA CALDEIRA LEAL
29/08/2017 08:46
A Doença de Parkinson é conhecida, principalmente, como uma doença motora complexa devido à deficiência de dopamina. No entanto, estudos consideraram esta patologia como uma doença multisistêmica, já que o processo neurodegenerativo não compromete somente o sistema dopaminérgico e por apresentar, também, vários sintomas não-motores. O objetivo deste estudo foi investigar as alterações morfológicas e imunohistoquímicas associadas às alterações comportamentais e cognitivas na fase pré-motora de um modelo de parkinsonismo induzido por baixa dose de reserpina, além da análise das alterações serotoninérgicas ao longo do tempo (fase pré motora e motora) no mesmo modelo. Foram utilizados 56 ratos Wistar machos com sete meses de idade. Todos os procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética local (protocolo número 33/2016). Para mimetizar a fase pré-motora, os animais receberam 4 injeções subcutâneas de veículo (CTL) ou 0,1 mg/kg de reserpina (RES) a um volume de 1 ml/kg de peso corporal, a cada 48h. Já para mimetizar a fase motora, os animais receberam 10 injeções subcutâneas de veículo (CTL) ou 0,1 mg/kg de reserpina (RES) a um volume de 1 ml/kg de peso corporal, a cada 48h. Os ratos foram submetidos aos seguintes testes comportamentais: (1) teste de catalepsia; (2) avaliação dos movimentos orais; (3) teste de campo aberto e (4) teste de reconhecimento de objeto novo. Na fase pré-motora, os animais tratados com reserpina apresentaram comportamento semelhante à ansiedade e déficits na memória de reconhecimento de curto prazo. Além disso, nesta fase houve redução da expressão de TH em CA1, redução do nível de serotonina em CA1, CA3 e CPFm e aumento na área (μm2) da ultraestrutura marcada para 5-HT (terminal axônico) no grupo RES em CA1 e CPFm. A análise das alterações serotoninérgicas ao longo do tempo demonstrou maior redução no nível de 5-HT em CA1 e CA3 e aumento nos níveis de 5-HT no CPFm e NDR, quando comparado aos outros grupos 48h após a 10ª injeção. A evidência de alterações nos níveis de 5-HT nas fases pré-motora e motora da DP destaca a importância de olhar além do sistema nigroestriatal para elucidar os mecanismos subjacentes e os déficits em outros sistemas de neurotransmissores. Além disso, o tratamento com baixa dose de reserpina teve um efeito precoce na ultraestrutura axonal e, à medida que, a axonopatia na DP tem sido cada vez mais reconhecida, o foco na neurobiologia axonal é notável tanto para a terapêutica neuroprotetora como para a restaurativa e o modelo progressivo de reserpina pode ser útil para esta pesquisa.
A Doença de Parkinson é conhecida, principalmente, como uma doença motora complexa devido à deficiência de dopamina. No entanto, estudos consideraram esta patologia como uma doença multisistêmica, já que o processo neurodegenerativo não compromete somente o sistema dopaminérgico e por apresentar, também, vários sintomas não-motores. O objetivo deste estudo foi investigar as alterações morfológicas e imunohistoquímicas associadas às alterações comportamentais e cognitivas na fase pré-motora de um modelo de parkinsonismo induzido por baixa dose de reserpina, além da análise das alterações serotoninérgicas ao longo do tempo (fase pré motora e motora) no mesmo modelo. Foram utilizados 56 ratos Wistar machos com sete meses de idade. Todos os procedimentos foram aprovados pelo comitê de ética local (protocolo número 33/2016). Para mimetizar a fase pré-motora, os animais receberam 4 injeções subcutâneas de veículo (CTL) ou 0,1 mg/kg de reserpina (RES) a um volume de 1 ml/kg de peso corporal, a cada 48h. Já para mimetizar a fase motora, os animais receberam 10 injeções subcutâneas de veículo (CTL) ou 0,1 mg/kg de reserpina (RES) a um volume de 1 ml/kg de peso corporal, a cada 48h. Os ratos foram submetidos aos seguintes testes comportamentais: (1) teste de catalepsia; (2) avaliação dos movimentos orais; (3) teste de campo aberto e (4) teste de reconhecimento de objeto novo. Na fase pré-motora, os animais tratados com reserpina apresentaram comportamento semelhante à ansiedade e déficits na memória de reconhecimento de curto prazo. Além disso, nesta fase houve redução da expressão de TH em CA1, redução do nível de serotonina em CA1, CA3 e CPFm e aumento na área (μm2) da ultraestrutura marcada para 5-HT (terminal axônico) no grupo RES em CA1 e CPFm. A análise das alterações serotoninérgicas ao longo do tempo demonstrou maior redução no nível de 5-HT em CA1 e CA3 e aumento nos níveis de 5-HT no CPFm e NDR, quando comparado aos outros grupos 48h após a 10ª injeção. A evidência de alterações nos níveis de 5-HT nas fases pré-motora e motora da DP destaca a importância de olhar além do sistema nigroestriatal para elucidar os mecanismos subjacentes e os déficits em outros sistemas de neurotransmissores. Além disso, o tratamento com baixa dose de reserpina teve um efeito precoce na ultraestrutura axonal e, à medida que, a axonopatia na DP tem sido cada vez mais reconhecida, o foco na neurobiologia axonal é notável tanto para a terapêutica neuroprotetora como para a restaurativa e o modelo progressivo de reserpina pode ser útil para esta pesquisa.
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