Banca de QUALIFICAÇÃO: JOSÉ WEVERTON SANTOS DE SOUZA
12/07/2017 15:29
Uma abordagem crescente nos estudos de ecologia de comunidades tem sido a de tratar comunidades locais como subconjuntos interligados por dispersão de múltiplas espécies, denominando-as metacomunidade e, nessa perspectiva, é possível analisar os padrões e processos que determinam sua estruturação em diferentes escalas. No ambiente marinho, os Polychaeta estão dentre os mais diversos e dominantes organismos, porém a família Capitellidae ainda é pouco estudada. O objetivo deste estudo é caracterizar a estrutura da comunidade de Capitellidae na Plataforma Continental de Sergipe (PCS) e avaliar a influência dos fatores abióticos nessa estruturação. Para tanto serão testadas as hipóteses de que (i) a riqueza, abundância e diversidade aumentam com a profundidade; (ii) a composição de Capitellidae varia espacial e temporalmente; (iii) a metacomunidade de Capitellidae é estruturada pelo aninhamento de espécies; e que (iv) a estrutura da metacomunidade é influenciada pelas variáveis granulométricas. O local de estudo compreendeu a Plataforma Continental de Sergipe, caracterizada como rasa e estreita e com forte influencia fluvial. O material foi coletado em 15 estações com draga de arrasto, envolvendo cinco transectos e três profundidades, em 4 campanhas oceanográficas. Serão calculadas a riqueza, abundância, diversidade e equitatividade e verificada sua variação temporal pelo teste t de Hutcheson (para diversidade) e Mann-Whitney (para riqueza, abundância e equitatividade) e espacial utilizando ANOVA (para diversidade) e Kruskall-Wallis (para riqueza, abundância e equitatividade). Para representar a composição espaço-temporal será realizado um nMDS e posteriormente uma ANOSIM para verificar diferenças nessa ordenação. A partição da diversidade beta será realizada para obter as contribuições (%) do Nestedness e Turnover. A influência das variáveis granulométricas será analisada por CCA.Todas as análises serão realizadas no R. Até o momento foi identificado material de duas campanhas (dezembro de 2001 e junho de 2002). A abundância dos Capitellidae foi de 705 indivíduos e a riqueza de 70 táxons. Os táxons mais abundantes foram Capitellidae SP16 (N=149; Fr = 29,8%), Capitellidae SP15 (N = 48; Fr = 9,6%) e Capitellidae SP19 (N = 42; Fr = 8,4%). A variação espaço-temporal nos descritores ecológicos não variou significativamente (p > 0,05), já a composição apresentou flutuações de espécies tanto em função do gradiente batimétrico quanto temporal (ANOSIM, p < 0,01). Nessa ordenação, os dois primeiros eixos foram os responsáveis pela variação e explicação dos dados, sendo o nMDS1 (eixo1) responsável por 36% da variação dos dados e o nMDS2 por 42%. O mecanismo por trás dessa variação esteve relacionado ao Turnover (βJAC = 0,97; βTUR=0,89 e βNES=0,08). Apesar de parciais, os resultados indicam que os Capitellidae na PCS são bastante representativos em termos de riqueza e estão possibilitando o entendimento das dinâmicas espacial e temporal envolvendo os mecanismos que estruturam essa metacomunidade.
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