Banca de QUALIFICAÇÃO: ALTIERIS BORTOLI
03/07/2017 14:44
Esse texto tem por objetivo analisar a essência da técnica moderna ou a tecnologia, sua posição e relação com a ontologia fundamental de Martin Heidegger (1889-1975). Considerando como material basilar e ponto de partida a conferência “A Questão da Técnica” (1953), pretendemos lançar um pouco de luz sobre o “valor” ontológico da técnica que se apresenta, longe de uma concepção instrumental-antropológica, como forma de verdade, na linguagem do filósofo, des-encobrimento. Essa definição nos permite não somente ajustar o foco sobre leituras unilaterais que acentuam o lado velador/encobridor da tecnologia, mas também equiparar e distinguir a técnica clássica da técnica moderna com suas implicâncias, vale dizer, a natureza e o homem se tornam meras fontes de energia para o consumo implacável desencadeado por um “novo tipo de racionalidade”. Todavia, a compreensão tecnológica heideggeriana perde seu vigor se não for levada ao seu espaço vital, isto é, a História. Na ontologia, a história é um processo incontornável de épocas transmitidas e enviadas pelo Ser cuja tecnologia é o ápice e a extrema possibilidade - efetivada pelo abandono do ser e o nosso esquecimento - da metafísica ocidental. A sustentação dessa discussão é animada pelos seguintes interrogativos: Em que medida a técnica moderna, na forma de verdade e compreensão de mundo, atua contra sua essência? De que maneira através dela surge a aporia: como o ser, em seu des-velar-se, atua contra o próprio ser? Segundo a perspectiva que assumimos, as respostas mais viáveis devem ser encontradas na ontologia, ou melhor, na diferença ontológica tomando como exemplo singular a própria técnica moderna.
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