Banca de QUALIFICAÇÃO: AMANDA LOUIZE FÉLIX MENDES
04/05/2017 11:29
A fonação em tubos compreende uma das técnicas utilizadas nos exercícios do trato vocal semiocluído a qual tem sido amplamente utilizada na prática clínica para favorecer a economia e eficiência da voz, facilitar a interação fonte-filtro e reduzir os riscos de fonotraumas. Neste sentido, o conhecimento dos efeitos vocais gerados por esta técnica em seus diferentes métodos e populações se torna imprescindível para uma boa aplicabilidade e, consequentemente, um bom rendimento terapêutico e longevidade da voz. Assim, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática a respeito de publicações que abordam o uso da técnica vocal de fonação em tubos para verificar seus efeitos sobre o trato vocal e qualidade da voz. Para isso foi realizada uma busca na literatura, sem restrições quanto ao período de publicação, nos idiomas português, inglês e espanhol, nas bases de dados eletrônicas Lilacs, Scielo, PubMed e Cochrane, em fevereiro de 2017. A busca realizada nas quatro bases, resultaram em uma amostra de 1.715 trabalhos. As verificações dos registros foram feitas por dois avaliadores, sendo obtido um nível de concordância excelente (Kappa = 0,88). Ao final do processo, 32 estudos se enquadraram nos critérios de elegibilidade, os quais foram classificados de acordo com os níveis de evidência propostos pela ASHA, onde 10% foram considerados como ensaios clínicos randomizados bem desenhados, 13,3% foram estudos observacionais com controle, 70% estudos observacionais sem controle e 6,7% não se enquadraram na classificação proposta por serem estudos com modelos experimentais. Notouse que a técnica de fonação em tubos tem sido estudada em indivíduos sem queixas vocais (15,6%), disfonias comportamentais ou hiperfuncionais (12,5%), alterações laríngeas (9,4%), profissionais da voz (43,7%), diferentes condições vocais concomitantemente (9,4%) e em modelos experimentais (9,4%). Conclui-se que a fonação em tubos tem sido utilizada em diferentes materiais, diâmetros e comprimentos, imersos ou não em água, com efeitos diretamente ligados à impedância gerada pelo exercício. De maneira geral, foi possível observar melhora da qualidade vocal autorreferida, indicando maior conforto fonatório e emissão mais fácil e econômica. A avaliação perceptivo-auditiva indicou redução da tensão, aspereza e soprosidade, aumento da intensidade vocal e do tempo máximo de fonação. Os resultados apoiam a hipótese de que os exercícios vocais aumentam a impedância do trato vocal e geram um alongamento de todo o trato vocal, com abertura ariepiglótica e faríngea mais ampla e melhor fechamento velofaríngeo.
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