Banca de DEFESA: MANUELLA SILVA LEITE PIMENTEL
04/04/2017 11:29
Introdução: O câncer de mama é o mais incidente na população feminina, excetuando-se os casos de pele não melanoma. Apesar do bom prognóstico, a mortalidade mantém-se elevada em decorrência do atraso no diagnóstico e tratamento da doença. A longa espera para realizar a mamografia ou se consultar com o especialista, demora em iniciar o tratamento favorecem a detecção da doença em estádios avançados, altas taxas de mortalidade e baixa sobrevida. Percebeu-se a importância em realizar pesquisas em um município do Nordeste brasileiro, uma vez que essa região possui maior carência de recursos e infraestrutura no sistema de saúde, e assim fortalecer a detecção precoce pela enfermagem em Sergipe. Objetivo: avaliar o rastreamento do câncer de mama na atenção básica, e identificar a atuação dos profissionais de saúde desse nível de atenção no rastreamento do câncer de mama, com ênfase a atuação do enfermeiro, sob a perspectiva das usuárias. Método: descritivo, transversal, quantitativo, realizada em Barra dos Coqueiros. A amostra foi composta por 295 mulheres usuárias da atenção básica em 2015. A coleta ocorreu de janeiro a setembro/2016, com um roteiro estruturado com mulheres de 52-69 anos. Os dados foram duplamente digitados e validados no Excel/2010, os dados analisados pelo software R, versão 3.3.1. O nível de significância foi de 95% e a margem de erro de 5%. Foram calculados o Odds Ratio e o intervalo de confiança. Resultados: Entre as 295 mulheres, 15% realizou a consulta ginecológica a mais de dois anos. O enfermeiro realizou 95,6% das consultas e a maioria (127/96,21%) do exame clínico das mamas. O médico solicitou a 61,11% das mamografias e 60,98% das ultrassonografias durante consultas generalistas. Aproximadamente 66% das entrevistadas receberam informações sobre o rastreamento. Destas, 44,41% citaram o enfermeiro por repassar informações. Pelo teste Exato de Fisher (p<0,05) verificou que a classe médica foi a principal responsável por rastrear as usuárias forma inadequada. A mamografia foi citada por 79,3% das usuárias e o SUS foi sistema mais utilizado (54,2%). Mulheres assistidas na unidade da zona urbana e com escolaridade acima de quatro anos tiveram maior acesso a solicitação da mamografia e ao exame clínico das mamas. A idade influenciou no acesso a mamografia. Confirmou-se que o rastreamento da atenção básica do município era inadequado (p<0,0001). Conclusão: O rastreamento para o câncer de mama realizado pelos profissionais da atenção básica foi inadequado, relacionado principalmente a ausência da avaliação das mamas pelo exame clínico, conforme o Documento do Consenso. A escolaridade, o local de atendimento e a idade foram variáveis que interferiram na adesão ao rastreamento. O exame clínico das mamas foi baixo, porém a mamografia esteve além do esperado, confirmando o caráter oportunístico dos serviços. O enfermeiro foi o profissional mais atuante na consulta ginecológica, porém, ao se tratar dos métodos preventivos para o câncer de mama ainda há muito que melhorar. O médico de saúde da família foi o principal responsável pela inadequada aplicação do rastreamento do câncer de mama.
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