Banca de DEFESA: REUTHEMANN ESEQUIAS TEIXEIRA TENORIO ALBUQUERQUE MADRUGA
10/02/2017 09:46
A osteoartrose (OA) do joelho é uma doença degenerativa, crônica que promove dor intensa e frequentemente compromete a população idosa. Com a gravidade da OA e a falta de sucesso dos métodos convencionais, a Artroplastia Total do Joelho (ATJ) tem sido o tratamento cirúrgico mais utilizado, para melhora da função biomecânica e da qualidade de vida. No entanto, alguns pacientes, apresentam a persistência de dor. Portanto, para melhor compreensão do quadro álgico torna-se necessário a utilização de testes somatossensoriais e funcionais. Objetivo: Avaliar o Limiar de Dor por Pressão (LDP) dos pacientes com OA e submetidos à ATJ, bem como analisar a associação da intensidade de dor com os fatores funcionais. Métodos: Estudo caso-controle, participaram 40 sujeitos, selecionados por conveniência no Centro de Especialidade em Ortopedia e Trauma (CEOT), divididos em dois grupos: grupo ATJ formado por 20 pacientes operados, sendo avaliados em três fases: pré-operatória, seis e 12 meses; e o grupo controle formado por 20 sujeitos saudáveis, assintomáticos, pareados por sexo e idade, avaliados em um único momento. O LDP foi realizado pelo algômetro de pressão digital e aplicado perpendicularmente a pele em seis pontos peripatelares (P1, P2, P3, P4, P5 e P6) e três pontos tibiais (P7, P8 e P9). A intensidade de dor foi mensurada na escala numérica de zero a 10. A força muscular avaliada pelo dinamômetro manual digital. A amplitude de movimento obtida pelo flexímetro. Equilíbrio estático mensurado pelo baropodômetro e utilizado o speed test para medir a velocidade da marcha. Resultados: O grupo controle apresentou maior LDP, com diferença estatística, comparado ao grupo ATJ em todos os pontos (P) peripatelares e tibiais (p< 0,002). Na fase pré-operatória houve menor LDP em relação a fase de seis meses nos P3, P4, P5, P6, P8 e P9 (p<0,05). Aos 12 meses ocorreu uma redução do LDP nos P4, P5, P6, P8 e P9 (p<0,05) quando relacionado a fase de seis meses. Na comparação entre os P em cada fase da avaliação, observou que somente na fase pré-operatória, o LDP foi menor no P6 em relação aos P3 e P4 (p<0,005). Foram encontradas correlações de moderada a forte, e inversamente proporcional, entre dor em movimento e força dos flexores (r = -0,46), extensores do joelho (r = -0,49), abdutores do quadril (r = -0,59) e velocidade da marcha (r = -0,6), na fase pré-operatória. Conclusão: Na fase pré-operatória houve menor LDP, provavelmente, em virtude da cronicidade da OA e consequentemente da sensibilização central e periférica. Aos seis meses de pós-operatório, encontrou redução do quadro álgico, podendo relacionar à eficácia da ATJ e da reabilitação. Semelhante à fase pré-cirúrgica, aos 12 meses, o LDP diminuiu, possivelmente estando atrelado ao mecanismo de sensibilização central de dor, contribuindo negativamente para o declínio da força muscular e da velocidade média da marcha.
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