Banca de DEFESA: VALDENICE PORTELA SILVA
06/02/2017 10:19
Passados mais de 60 anos de conquistas dos direitos civis e da criação de leis antirracistas e antissexistas, ainda há diferenças no mercado de trabalho entre homens e mulheres e entre brancos e negros. No caso do Brasil, onde até pouco tempo atrás não havia reconhecimento oficial do racismo e ainda hoje do sexismo, novas expressões de preconceito grassam desde a abolição da escravatura. Esses “novos” preconceitos têm a marca da discriminação, ou seja, de restringir espaços e acessos a indivíduos e grupos minoritários nas relações de poder. O objetivo desse estudo é analisar os impactos da norma de responsabilidade social empresarial sobre a participação de mulheres negras (pardas e pretas) na indústria de transformação sergipana. Para tanto foram utilizados os Microdados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de 2007/2008 e 2013/2014. Chama atenção nos dados analisados, os vínculos formais das mulheres pretas são os que apresentam as remunerações substancialmente mais baixas (R$ 766,96) em relação às brancas (R$ 993,24), pardas (R$ 828,48) e aos vínculos formais dos homens brancos (R$ 1640,86), pardos (R$ 1.168,85) e pretos (R$ 1091,96). Este cenário pouco se alterou no período 2013/2014. As principais conclusões são: a) A indústria de transformação sergipana é predominantemente masculina e parda; b) As mulheres ganham menos dos que os homens, os negros menos do que os brancos e as mulheres pretas são as que recebem os menores salários em relação às demais grupos; e c) A norma de responsabilidade social empresarial incide apenas tangencialmente no cenário organizacional pesquisado, isso porque dentre as empresas no Brasil que aderiram à norma se associando ao Instituto Ethos, apenas 03 estão em Sergipe, são elas: ENERGISA, INFOX e INFRAERO.
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