Banca de DEFESA: MOISÉS SANTOS DE MENEZES
31/01/2017 17:08
A Violência Homofóbica é um fenômeno complexo e bastante comum na sociedade contemporânea. Tal realidade é constantemente alimentada pelos processos da revitimização, subnotificação e impunidade no trato com a homofobia. Todo esse contexto encontra-se frequentemente presente durante o atendimento profissional da população LGBT nos diversos órgãos de proteção e promoção aos seus direitos humanos e sexuais. A presente situação torna-se um desafio para o Serviço Social por ser uma profissão que busca a viabilização de direitos para todos os seus usuários, sendo as demandas da diversidade sexual e gênero problemáticas que perpassam por todos espaços sócio-ocupacionais necessitando de um atendimento humanizado capaz de viabilizar direitos e não revitimizar esses sujeitos. Buscando compreender melhor esse contexto o presente estudo tem por objetivo analisar as percepções dos profissionais de Serviço Social em relação ao atendimento da categoria profissional nos casos de violência homofóbica contra a população LGBT no estado de Sergipe. A pesquisa foi realizada com 10 (dez) assistentes sociais que atenderam LGBT vítimas de casos de violência homofóbica nas diversas políticas públicas do estado de Sergipe. Os dados foram coletados por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado, e analisados através da técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Entre os principais resultados revelou-se que os profissionais de Serviço Social não se encontram preparados e capacitados para atender as demandas da diversidade sexual e de gênero, por diversos fatores como: 1) a ausência e ou carência de debates sobre esse assunto no seu processo de formação acadêmica e profissional 2) presença do preconceito e discriminação fortemente apresentados nos discursos desses sujeitos 3) descompromisso ou desresponsabilização do Estado brasileiro no trato com a homofobia entre outras. Em detrimento desse contexto, o atendimento dos profissionais de Serviço Social para com as demandas da população LGBT tem caminhado mais para o campo da revitimização do que da viabilização de seus direitos humanos e sexuais, cenário que reforça uma tendência conservadora e fundamentalista da categoria profissional, contraditória ao seu Projeto Ético-Político. Desta feita, observou-se a urgente necessidade de se debater temáticas sobre a diversidade sexual e de gênero dentro do Serviço Social, além de se realizar novos estudos sobre o assunto aqui em pauta, bem como promover ações de prevenção e sensibilização dos assistentes sociais em relação ao enfrentamento da violência homofóbica como uma das expressões da questão social a qual a todos compete combater.
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