Banca de DEFESA: GILDA MARIA DO AMARANTE MATOS
15/08/2016 16:42
A vegetação ciliar é fundamental na realização de processos ecossistêmicos, como a manutenção da fauna e processos físicos e químicos das margens do rio. O presente estudo foi realizado com o objetivo de caracterizar a florística e fitossociologia de uma comunidade vegetal em área de mata ciliar, em processo de recuperação, na Fazenda Mãe Natureza em Santana do São Francisco - Sergipe. A vegetação objeto do estudo é resultado de um projeto-piloto, que visa obter dados para subsidiar futuros modelos de restauração de áreas de mata ciliar degradada na região do baixo São Francisco. Para tanto, realizou-se análise do solo da área para comparar com os dados do solo na época da implantação do projeto, levantamento florístico e fitossociológico, com estrutura horizontal e vertical, Densidade Absoluta, Densidade Relativa, Dominância Absoluta, Dominância Relativa, Índice de Valor de Cobertura, Índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H’), Índice de Equabilidade de Peilou (J’), Cobertura de Copa (CC), Similaridade Florística e Síndrome de dispersão e grupos sucessionais. O levantamento florístico da área para todos os estratos apresentou riqueza total de 134 espécies, 107 gêneros e 48 famílias, havendo predominância das espécies herbáceas, com 54,4% das espécies identificadas. As famílias herbáceas que apresentaram maior riqueza de espécies foram Malvaceae (16,7%), Cyperaceae (13,7%), Asteraceae (11%), Fabaceae (8,2%) Poaceae (6,8%), as quais juntas representam 56,4% da riqueza em espécies herbáceas registradas na área. Para o estudo fitossociológico do estrato arbustivo-arbóreo foi realizado o censo dos indivíduos presentes numa área de (1,66 ha), onde foram amostrados todos os indivíduos vivos e mortos em pé com diâmetro do caule ao nível do solo ≥ 3 cm e altura total ≥ 1 m. Um total 2513 indivíduos foi amostrado, destes 2469 vivos e 45 mortos, pertencentes a 70 espécies, 58 gêneros e 25 famílias. A família Fabaceae apresentou um número mais expressivo, com 25 % do total de espécies, seguida das famílias Anacardiaceae (7%), Myrtaceae (7%), Rubiaceae (7%) e as famílias Euphorbiaceae, Lamiaceae, Meliaceae e Polygonaceaea que apresentaram 4,3% cada. O índice de diversidade de Shannon (H’) 2,93 e o Índice de Equabilidade de Pielou (J’) é de 0,69. As espécies da área em estudo foram agrupadas em três categorias de dispersão (zoocóricas, anemocóricas e autocóricas) e duas ordens de sucessão (pioneiras e clímax). A partir dessas classificações obteve-se para a síndrome de dispersão, 45 (65,7%) espécies classificadas como zoocóricas, sendo 26 pioneiras e 19 clímax, 17 (24,3%) espécies autocóricas, sendo 14 pioneiras e 3 clímax e 7 (10%) espécies anemocóricas, sendo 05 pioneiras e 2 clímax e 01 espécie não classificada. Independente da fisionomia analisada e comparada, encontramos uma baixa similaridade florística, assim todas as área analisadas apresentam particularidades florísticas definidas. Desse modo, podemos observar que ao longo dos anos, o solo está recompondo sua fertilidade, provavelmente devido ao crescimento da vegetação plantada que promoveu uma maior proteção do solo, facilitando assim o estabelecimento de novos propágulos na área.
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