Banca de DEFESA: BIANCA SILVA DOS SANTOS
05/08/2016 19:02
A jabuticaba (Myrciaria cauliflora Myrtaceae) é um fruto nativo do Brasil, bastante apreciado e bem adaptado ao clima tropical. Possui casca vermelho-púrpura e altos teores de compostos bioativos, principalmente antocianinas, que contribuem para o poder antioxidante da fruta, contribuindo para efeitos benéficos à saúde. O processamento desse fruto para aproveitamento dos compostos de interesse aumenta o valor comercial da jabuticaba e a rentabilidade de seu processamento, pois são altamente suscetíveis à degradação. Para melhor aplicação tem-se a extração e produção de corante natural em pó desses compostos, que consiste na retenção, proteção e preservação desses compostos em uma matriz comestível (agente carreador). A tecnologia para processamento das micropartículas vem evoluindo para fornecer um produto com maior estabilidade e funcionalidade. Assim sendo, este trabalho teve como objetivo a obtenção de um corante natural em pó rico em antocianinas extraído da casca da jabuticaba, visando a retenção de compostos bioativos extraídos. Para determinação dos melhores parâmetros de extração foi realizado um delineamento experimental utilizando técnicas de extração, a saber: concentração de solvente, proporção matéria prima:solvente, tempo de agitação e repouso do extrato. Posteriormente, foi analisada a eficiência da formulação com goma de cajueiro como agente coadjuvante de secagem na obtenção do corante natural em pó pelos processos de atomização e liofilização. Foram realizadas análises físico-químicas, colorimétricas, teor de antocianinas, compostos fenólicos e atividade antioxidante pelos métodos ABTS e FRAP, além de testes de estabilidade e armazenamento, expondo o corante em pó à luz a uma temperatura de 28 ± 2°C, comparando-se com amostras controle não expostas à luz. O delineamento experimental revelou que o etanol 70% acidificado com HCl a pH 2, a proporção matéria-prima:solvente 1:12 (m/v) e o tempo de repouso a temperatura ambiente por 24 horas consistiram nas melhores condições experimentais quanto a variável de resposta quantificação de antocianina. O corante natural em pó obtido pelo processo de liofilização apresentou maior rendimento (28,04%) e menor degradação de compostos antociânicos nas amostras armazenadas com incidência da luz quando comparadas com as amostras atomizadas, evidenciando o efeito deletério do calor sobre a estabilidade desses compostos. Os corantes liofilizados mostraram-se adequados na conservação da cor até o final do período de armazenamento, no entanto, menor capacidade antioxidante evidenciada pelos métodos ABTS e FRAP. As formulações atomizadas apresentaram maior composição fenólica. A casca de jabuticaba apresentou-se como boa fonte de pigmentos naturais, apresentando-se como alternativa viável na obtenção de corantes.
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