Banca de DEFESA: LUCAS MARTINS SANTOS MELO
30/05/2016 16:51
Em Aracaju é utilizado corriqueiramente o termo tabaréu para se referir àquele oriundo do interior, da roça, do campo, que possua uma conduta, no meio urbano, acanhada, ingênua, tacanha. A expressão pode ser usada de forma agressiva, como um xingamento, ou de forma jocosa com algum conhecido. No entanto, tem sido observado durante a realização da pesquisa, que quando ocorre o uso do termo é para se fazer uma distinção entre o ser moderno, sofisticado, urbano, citadino e pretensamente cosmopolita, daquilo que não pertence a essas categorias. Um uso marcado para diferenciação simbólica. É comum se ouvir expressões a respeito do tabaréu no Estado de Sergipe, como: "o tabaréu deveria ter horário para entrar na cidade, porque só faz atrapalhar o fluxo dela" ou "o tabaréu é o bicho que mais se parece com gente". A partir disso, o presente trabalho tem como objetivo a investigação sobre as disputas simbólicas envolvendo citadinos e tabaréus numa cidade projetada para ser capital, o que por si só fomentou a migração no sentido interior-capital. Aracaju é um caso particular porque na capital sergipana, temos a impressão de que alguns dos habitantes da cidade fazem questão de renegar esse passado, quando associado à tradição agrária ou provinciana, embora ainda preservem, inadvertidamente, práticas e costumes considerados “tabaréus”, muito provavelmente adquiridos através dos seus ascendentes. Itens como gastronomia, expressões verbais, modos de entretenimento (como a Cavalgada do Aribé), para citar alguns exemplos.
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