Banca de DEFESA: CAMILLA LIMA DE ARAUJO
19/05/2016 08:48
No Brasil, o racismo é frequentemente negado e confundido com formas de discriminação de classes sociais, peculiaridades que foram impressas em nossas relações no período escravocrata. O brasileiro, com a sua tendência de ser informal e cordial em suas relações, faz surgir no país uma forma específica de expressão do racismo onde o riso muitas vezes é utilizado como mediador ou catalisador nas suas manifestações. Posto isto, o presente estudo objetiva investigar o impacto do humor nas expressões de racismo no contexto brasileiro. No estudo 1 investigamos o efeito do humor nas expressões de racismo por meio um instrumento que investiga racismo implícito, sendo este The Police Officer’s Dilema (Correll, Park, Judd & Winttenbrink, 2002). No estudo 2 investigamos o impacto do humor nos processos controlados de resposta por meio da Escala de Racismo Moderno desenvolvida por McConahay, Hardee e Batss (1981) e adaptada para o Brasil por Santos, Gouveia, Navas, Pimente e Gusmão (2006). Os resultados do estudo 1 não apresentaram efeito do humor, sobretudo do humor racista, no racismo implícito dos participantes. No entanto, os resultados indicaram uma influência da cor da pele do suspeito sobre a decisão de atirar do participante, tanto na velocidade quanto na precisão. Os resultados do estudo 2 não apresentaram o impacto do humor nas expressões de racismo explícito. Os participantes apresentaram níveis de expressões próximos, sendo estas abaixo do ponto médio da escala que indica ausência de racismo explícito. Acreditamos que a apresentação do instrumento aos participantes num momento posterior ao priming normativo (as piadas) não possibilitou uma apreensão efetiva do intervalo cognitivo de duração da suspensão da norma antirracista.
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